Ciclismo Nelson Oliveira: «O corpo respondeu ao que lhe pedia»

Afirmando-se como um dos melhores contrarrelogistas mundiais, com o sexto lugar no Mundial, Nelson Oliveira, que já fora quarto em 2017 e quinto em 2018, benzeu-se quando completou os 47,8 quilómetros do crono ganho pelo belga Remco Evenepoel.

Em Stirling, num percurso muito extenso e batido pelo vento, o ciclista de Vilarinho do Bairro rolou a média de 50,144 km/h e registou 57.11,69 minutos, garantindo a Portugal uma segunda vaga nos Jogos Olímpicos de Paris-2024, pelo que o sentimento era de missão cumprida.

«Senti-me bem. Sabia que tínhamos de regular bastante, porque era um contrarrelógio muito longo, com vento de cara na primeira parte. Era preciso guardar alguma coisa para a fase final. Foi isso que fiz. E o corpo respondeu ao que lhe pedia. Sinto-me muito feliz por estar entre os melhores e termos cumprido o objetivo, que era, eu ou o João, ficar nos dez primeiros», ressalvou o ciclista da Movistar, referindo-se ao compatriota João Almeida.

«Sabíamos que a concorrência era muito forte, mas nós também estamos aqui e temos uma palavra a dizer. Demos o nosso melhor e quando o nosso corpo corresponde a isso, há que continuar a dar o máximo para conseguir os objetivos», vincou Nelson Oliveira, de 34 anos.

Depois de ter brilhado na Volta a Itália e na Volta à Polónia, João Almeida, por seu turno, esteve em dia não no Mundial que encetou com uma queda antes da corrida de fundo. Esta sexta-feira foi 23.º (58.26.85) no contrarrelógio admitindo ter-se ressentido do percalço inicial.

«Nunca tinha feito um contrarrelógio tão longo. Acabei por partir com algumas cautelas por isso, mas também por causa da queda de domingo e por ter estado um pouco adoentado durante a semana. Mas agora, olhando para trás, claramente teria partido mais rápido, porque senti-me bem e no final tinha ainda mais para dar», declarou o ciclista da UAE Emirates.

O Mundial de estrada termina este domingo com Portugal representado na prova de fundo para sub-23 por Alexandre Montez, António Morgado, Daniel Lima, Diogo Gonçalves e Gonçalo Tavares na corrida de 168,4 quilómetros, entre Loch Lomond e o centro da cidade de Glasgow.