Kikas no fio da navalha na Austrália

Margaret River (Austrália), última etapa antes do corte do meio da temporada começa esta quinta-feira e decide permanência no CT. Brasileiro Yago Dora está outra vez no caminho do surfista português, 28.º do ranking, a seis lugares da salvação.

Dois anos depois de ter sido relegado para o Challenger Series (CS), circuito secundário da Liga Mundial de Surf (World Surf League), Frederico Morais enfrenta, outra vez, a hora do tudo ou nada no Championship Tour (CT).

No Margaret River Pro, na costa oeste australiana, quinta das dez etapas que constituem o Circuito e cujo período de espera decorre entre esta quinta-feira e 21 de abril, Kikas lutará, novamente, pela permanência na elite da WSL.

A tarefa não se avizinha fácil no palco da derradeira etapa do antes do cut (corte) da temporada. Regressado esta época à elite mundial, o único surfista português no CT ocupa o 28.º lugar do ranking WSL (7,310 pontos), seis lugares abaixo da linha que separa quem prossegue no CT na busca do título mundial e quais os 10 surfistas que serão relegados para o circuito de requalificação (CS).

No mesmo plano de Kikas estão, entre outros, o americano 11 vezes campeão mundial Kelly Slater, os brasileiros Miguel Pupo e Caio Ibelli e o australiano Jacob Willcox.

Na última hipótese de permanência, Frederico, de 32 anos, mede força no heat 9 da ronda inicial com o americano Crosby Colapinto (9.º), irmão do líder do ranking, Griffin Colapinto, e volta a enfrentar esta temporada o brasileiro Yago Dora (16.º).

Dora e Kikas já mediram forças em Sunset, no Havai, onde o sul-americano atirou o português para a repescagem. Em Supertubos fez o mesmo na ronda 32 depois de ambos terem calhado e passado no primeiro heat da etapa portuguesa e voltou a provocar a queda ao surfista de Cascais para a bateria de salvação em Bells Beach, na abertura da primeira paragem da perna australiana.

A necessitar de cerca de 3000 pontos (9.º posto), para além dos adversários na água, Frederico Morais lutará contra a história para evitar cair no Challenger Series.

Em Margaret River, na temporada de 2019, foi afastado por… Yago Dora e terminou em 33.º. Antes tinha ficado pelo 25.º posto (2018 e 2017) e da última vez que competiu na prova, em 2022, foi 17.º. A melhor classificação que conseguiu foi no ano anterior. Fechou na 9.ª posição.

Se repetir será suficiente para se manter? «Estou tranquilo. O que acontecer, acontece, sou feliz na mesma, ganhando ou perdendo é a minha abordagem hoje em dia, tenho outras prioridades na vida», disse o surfista que ostenta o n.º 25 na licra após concluir o MEO Rip Curl PRO, 3.ª etapa do CT, em Peniche, antes de embarcar para a Austrália.