Isinbaeva expulsa do partido de Putin

Atletismo Isinbaeva expulsa do partido de Putin

ATLETISMO27.07.202319:35

A Frente Popular Unida da Rússia, plataforma eleitoral do presidente Vladimir Putin, expulsou do comité central a dupla campeã olímpica de salto com vara, Yelena Isinbaeva, por não apoiar explicitamente a guerra na Ucrânia.

Criada em maio de 2011, a plataforma eleitoral de Putin convocou uma reunião extraordinária do comité central após polémicas declarações da russa, que negou qualquer vínculo ao exército, apesar de pertencer ao CSKA, o principal clube militar. Yelena Isinbaeva assegurou que o posto de major que recebeu em 2015, por representar o CSKA, é «puramente nominal» e que «nunca» serviu nas Forças Armadas nem exerceu o cargo de deputada nem pertenceu ao partido do Kremlin. Os membros do comité central votaram a favor da exclusão da ex-atleta supostamente por esta não participar no trabalho da organização.

A crítica mais contundente foi emitida pelo ministro dos Desportos, Oleg Matitsin, que considerou «inaceitável» o facto de a campeã olímpica depreciar quer um ramo militar quer «os acontecimentos em curso no país natal».

Também as autoridades da região russa do Daguestão indicaram que retiraram o nome de Yelena Isinbaeva de um estádio de atletismo.

No entanto, o porta-voz presidencial, Dmitri Peskov, saiu em defesa da campeã olímpica, apelando aos russos para não se precipitarem nas conclusões. Também não censurou o facto de a ex-atleta viver em Espanha, onde terá três propriedades imobiliárias. «Ela não condenou nada nem criticou ninguém. Em defesa da sua honra, quantas vezes soou o nosso hino e foi içada a nossa bandeira? É necessário recordá-lo», frisou Dmitri Peskov.

O chefe do Comité Olímpico Russo (COR), Stanislav Pozdniakov, descartou igualmente a expulsão da ex-atleta com o argumento de pertencer ao Comité Olímpico Internacional (COI). Embora reconhecesse que Yelena Isinbaeva «se distanciou do COR há dois anos».

A polémica surgiu quando a bicampeã olímpica anunciou nas redes sociais que reiniciará o trabalho no COI, em setembro. O facto de pertencer ao CSKA motivou a decisão do COI de suspendê-la provisoriamente das atividades do organismo. O comité de ética concluiu posteriormente que poderá manter essa atividade, porque não assinou contrato com o exército nem apoiou a campanha militar na Ucrânia.