Natação «Estou bastante emocionado»

«Neste momento estou bastante emocionado por causa de todo o trabalho que eu e a minha equipe realizámos no ano passado. Foi apenas incrível. E, provavelmente não sabem, sofri um acidente. Um acidente de moto. Por isso, é todo um caminho para aqui chegar e conseguir ganhar uma medalha. Não sei explicar...», declarou Diogo Ribeiro aos meios de imprensa do Mundial após a final dos 50 mariposa em que conquistou a medalha de prata.

No pensamento, ainda a recordação do acidente de moto que teve há dois verões, dias depois de vir do Europeu júnior de Roma-2021 em que foi prata nos 100 mariposa. A sua primeira medalha em palcos maiores.

Um acidente, entrou inconsciente na ambulância, no qual perdeu a parte superior do indicador direito, entretanto já reconstituído, fraturou um pé, deslocou o ombro direito, sofreu queimaduras nas pernas e vários hematomas pelo corpo que o deixaram uma semana hospitalizado e um mês de cama. Chegou mesmo a pensar que não voltaria a nadar, mas regressou e melhor do que nunca.

Fotografia Simone Castrovillari/FPN 

A carreira poderia ter acabado, mas, como no ano passado também confessou a A BOLA, transformou-o e trouxe-lhe maior responsabilidade e foco pois, normalmente, as oportunidades não se repetem. «Sim, sem dúvida que foi difícil ultrapassar essa fase. Há um ano estava sem me mexer e agora estou melhor do que nunca. Vamos ver se consigo manter a mente focada e não fazer porcaria estas férias – espero que não -, mas foi uma recuperação bastante difícil e a minha família esteve sempre ao meu lado, treinadores, todo o staff, assim como amigos e os colegas que treinam comigo».

«Esse momento abriu-me os olhos porque antes só fazia porcaria. Com isso acordei e apercebi-me que só se vive uma vez. Estou mais responsável», garantia nos Nacionais de primavera 2022, em Coimbra, nos quais começou a colecionar recordes de Portugal absolutos apesar de ainda ser júnior.

Fotografia Simone Castrovillari/FPN

Hoje falou ainda sobre o peso da prata. «Esta medalha é muito importante para nós. As eliminatórias e meias-finais não foram tão boas… mas agora estou superfeliz e só quero apreciá-lo com a minha equipa», concluiu Diogo ainda na Marine Messe Fukuoka Hall.

Mais à noite, depois de ter passado pela cerimónia do pódio, controlo antidoping, sessão de fisioterapia e convivido com a equipa e família ainda na piscina, acabou por voltar a reencontrar-se com toda a família – mãe, irmã e tios – antes de regressar ao hotel da Seleção já cerca da meia-noite.