Carolina João e Diogo Costa: «Estamos contentes, mas vimos que a medalha era possível»
PARTE 1 - Carolina João e Diogo Costa conquistaram um dos 14 diplomas olímpicos de Portugal em Paris 2024; Velejadores partilharam o começo que tiveram na vela e como o projeto a dois evoluiu
Não trouxeram medalha, mas asseguraram o diploma olímpico. Sem atrair muita atenção, Carolina João e Diogo Costa surgiram nos holofotes nacionais depois de acabarem em 5.º na prova de Dinghy misto e cumprirem o objetivo cumprido que desenharam para Paris 2024. Contudo, o segundo ludar na medal race criou, por momentos, a imagem da medalha à volta do pescoço da dupla portuguesa parecer quase parecer real.
«Cumprimos o objetivo», disse a velejadora natural da Amadora. «Trouxemos o diploma para Portugal e estamos bastante contentes, mas no final vimos que a medalha era possível [risos], mas já não dependia de nós», continuou. Sentimento que o parceiro partilhou, revelando que são uma «equipa jovem», já que há três anos… Carolina nem competia em Dinghy! Mas já lá vamos.
Ainda assim, poucos parecem conhecer Carolina e Diogo, mesmo que em 2023 tenham sido vice-campeões europeus, ao ganharem a medal race que lhes deu o 2.º posto na geral. Resultado que repetiram em Paris 2024.
Na vela à boleia da família
Diogo Costa começou cedo na vela. Ainda que tenha sido puxado pela mãe, que queria uma atividade para a família toda, juntou-se a Pedro e Maria – irmãos mais velhos – no desporto. Tinha apenas cinco anos, menos dois do que a idade com a qual Carolina se lançou à água, que, inicialmente, torceu o nariz à água. «O mar é sujo e tem alforrecas [risos]. Contudo, as histórias que o irmão contava ao praticar a modalidade, fez com que mudasse de ideias e começou a ir aos treinos para «não ficar de parte».
E lá navegaram pelo mar (e pela vida) até assumirem o desporto como profissão, mas em diferentes disciplinas. Diogo treinou em Marselha e Valência, de onde guarda boas memórias. Carolina ainda tentou apanhar umas ondas em surf, mas «remava, remava e remava e não apanhava ondas».
Diogo permaneceu nos Dinghy com o irmão, com quem foi a Tóquio 2020, e Carolina preferiu ficar sozinha no barco, em laser, tendo também participado nesse ciclo olímpico. Sem grandes resultados para mostrar, guardaram a experiência no bolso. Até que Diogo e Pedro terminaram parceria e o irmão mais novo virou-se para Carolina que, a princípio, também não viu com bons olhos a mudança de disciplina. A insistência do futuro parceiro – durante dois meses! -, no entanto, deu frutos… mas não no primeiro ano. «Foi duro», diz Carolina. «Primeiro andava no barco sozinha e depois não, mas foi engraçado ver a nossa evolução. É engraçado ver como, enquanto dupla e enquanto pessoas individuais, evoluímos. Somos pessoas melhores», comentou.