Camila Rebelo: «O rebuçado soube-me bem»

Camila Rebelo: «O rebuçado soube-me bem»

NATAÇÃO07.12.202322:53

Foi 5.ª classificada na final dos 200m costas com terceiro recorde em dois dias. Nadou ainda a meia-final dos 50m costas com máximo pessoal. Gabriel e João semifinalistas nos 100m costas

Na véspera, depois de se ter apurado para as meias-finais dos 200 costas (10.ª, 2.06,79m) e para as finais (8.ª, 2.05,44m) - em ambas melhorando o seu recorde nacional de 2.07,58 -, Camila Rebelo confessara a A BOLA, que na luta pelas medalhas queria sobretudo disfrutar da oportunidade de competir com as melhores, mas que tudo podia acontecer. Como lhe haviam referido os treinadores, seria o momento de «saborear o rebuçado» do trabalho que tem feito nos últimos anos.

Quinta-feira, no terceiro dia do 22.º Europeu de Otopeni-2023 em piscina curta, não perdeu a oportunidade e garantiu o 5.º lugar com novo e sensacional máximo luso de 2.04,39m.

Em dois dias retirava mais de 3s ao recorde com que chegara à Roménia numa prova ganha pela britânica Medi Harris (2.02,45), seguida pela compatriota Katie Shanahan (2,03,22) e a francesa Pauline Mahieu (2.03,90), enquanto a italiana Marherita Panziera (2.04,35) garantira a 4.ª posição com menos 4 centésimos que a nadadora do Louzan.

Mas será que o rebuçado lhe soubera bem? «Sim, claro que soube. Estou bastante contente», assegurou Camila, de 20 anos. Mas ambicionava mais do que o 5.º lugar? Pensa que ainda ficou algo para poder ter ido mais longe? «Dei tudo na prova. Não fui a pensar num determinado tempo, mas em conseguir acabar no melhor lugar possível. Fui 5.ª, perto do 3.º e por isso estou satisfeita. É o meu primeiro Europeu em piscina curta e estou a disfrutá-lo ao máximo», refere.

Camila Rebelo: «É o momento do rebuçado»

6 dezembro 2023, 23:55

Camila Rebelo: «É o momento do rebuçado»

Nada, hoje, a final dos 200m costas após tirar quase 3s ao recorde. Estafeta de 4x50m estilos 5.ª com duplo recorde máximo nacional. Mariana na meia-final dos 200m mariposa

«Em todas as provas vamos no limite e nos grande campeonatos ainda mais, por isso terminei bastante cansada. Lá dentro aquilo não doi tanto [o corpo] no momento, é mais depois de chegarmos. Até lá procura-se viver o momento e só pensamos chegar o mais rápido possível», conta ainda sobre as sensações dos 200 costas.

No entanto a jornada da estudante de medicina não ficou por aí. Antes e depois da final, participou igualmente nas eliminatórias (27,55s) e semifinal (27,36) dos 50 costas, tendo concluído ambas em 13.ª e superando o máximo pessoal (27,60s) que mantinha desde 2020. Tudo bons indicadores de velocidade numa distância que não é sua para quem, hoje, irá disputar os 100 costas. 

«Já algum tempo que queria fazer este máximo pessoal pois era bastante antigo. Tinha sido conseguido na primeira prova em fiquei acima dos 800 pontos FINA. O que foi espetacular em piscina curta», recorda. «E então ter ficado tão perto do recorde nacional [27,33, de Rafaela Azevedo] foi top e um bom indicador», salienta.

E para que dia soubesse ainda melhor, ficou a faltar alguma coisa? «Não», responde de imediato. «A minha prova principal são os 200 costas e ter estado na final e com recorde já é o tal rebocado. Agora tudo o que vier extra, e os 50m não são de todo a minha aposta, é mais um rebuçado. Fiquei supercontente por ter ido à meia-final», concluiu.

Note-se que as eliminatórias dos 50 costas contaram igualmente com as participações de Mariana Cunha (28,04s) e Ana Guedes (28,35), que obtiveram o 19.º e 25.º lugares, respetivamente, mas a segunda tendo melhorado a sua melhor marca de sempre, que eram 28.84s. 

Já Gabriel Lopes (51,50s) e João Costa (51,68) atingiram as meias-finais dos 100, classificando-se, respetivamente, na 14.ª e 16.ª posições. Meia-final liderada pelo francês Mewen Tomac (50,01), com o grego Apostolos Christou (50,65) a fechar o lote de finalistas. Nas qualificações, que contaram com a participação de 35 nadadores, Gabriel conseguira o 17.ª tempo (51,98), enquanto João foi 20.º (51,11), o que lhe conferia a primeira posição de suplente da semifinal e que foi aproveitada pelo internacional do V. Guimarães com a desistência de um atleta.

O recorde nacional pertence a Gabriel Lopes (50,82) desde os Nacionais de 2022, realizados em Leiria. João Santos detém como máximo pessoal os 51,34s registados há um ano, durante o Mundial de Melbourne-2022.