Dakar: João Ferreira sexto na primeira etapa
João Ferreira (Mini) satisfeito após a primeira etapa do Dakar 2025

Dakar: João Ferreira sexto na primeira etapa

AUTOMOBILISMO04.01.202515:34

Piloto português da Mini concluiu os 413 quilómetros cronometrados do percurso a 1.53 minutos do vencedor, o companheiro de equipa francês Guerlin Chicherit. Rui Gonçalves 16.º nas motos

João Ferreira foi sexto classificado na primeira etapa do Rali Dakar, este sábado. O piloto português da Mini, de 25 anos, que tinha sido o quinto mais rápido no prólogo disputado na sexta-feira, concluiu a etapa, com partida e chegada a Bisha, na extensão de 413 quilómetros cronometrados, a 1.53 minutos do vencedor, o seu companheiro de equipa francês Guerlain Chicherit.

Ferreira, que compete nos automóveis na classe Ultimate, a principal da competição, terminou imediatamente à frente do espanhol Carlos Sainz (Ford). O norte-americano Seth Quintero (Toyota) foi o segundo mais rápido, a 50 segundos de Chicherit, com o sul-africano Saood Variawa (Toyota) em terceiro, a 1.03 minutos.

«Dever cumprido. Primeira etapa sem problemas e com um ritmo que nos deixa numa posição boa para encarar a etapa de 48 horas que amanhã iniciamos. Fizemos uma etapa limpa, sem problemas, e o Filipe fez um excelente trabalho na navegação», explicou João Ferreira.

João Ferreira mostrou-se agradado por ver o apoio de muitos portugueses ao longo do percurso na Arábia Saudita: «É muito bom ver tantas bandeiras portuguesas ao longo destes primeiros 400 km de especial. Sentimos sempre esse empurrãozinho, que nos levou hoje até ao sexto lugar. Amanhã [domingo] a etapa promete ser dura».

Precisamente a pensar nessa etapa de 48 horas e sem assistência, pilotos como o francês Sébastien Loeb (Dacia) optaram por perder tempo para não serem os primeiros em pista a abrir caminho para os restantes. «O objetivo era não sermos os mais rápidos pelo que parámos uns minutos antes de cortarmos a meta», explicou o antigo campeão mundial de ralis de 2004 a 2012.

Motos: Rui Gonçalves em 16.º

Nas motos, Rui Gonçalves (Sherco) foi o melhor português na etapa, na 16.ª posição da categoria, a 34.50 minutos do vencedor, o australiano Daniel Sanders (KTM). Vencedor do prólogo de sexta-feira, Sanders bateu o norte-americano Ricky Brabec (Honda), vencedor em 2024, por 2.22 minutos, com Ross Branch (Hero), do Botswana, em terceiro, a 2.38.

O luso-germânico Sebastian Bühler, também da equipa Hero, gerida pelo português Joaquim Rodrigues Jr., abandonou após sofrer uma queda ao quilómetro 69, que o deixou magoado num ombro.

António Maio (Yamaha) foi apenas 34.º, depois de ficar com a mota presa nas pedras e perdeu 15 minutos. «Fui o terceiro a arrancar. Entendi-me bem com a navegação até ao quilómetro 300. Houve um ou outro erro que fez com que perdesse tempo, mas era natural. Durante muito tempo tinha apenas uma marca no chão, mas fiquei bastante contente com o ritmo. Depois do reabastecimento, ao quilómetro 300 fiquei preso numa ravina, com a moto encaixada entre duas pedras numa zona trialeira», contou o piloto.

«Estive ali quase 15 minutos. Depois houve um piloto, o Nosiglia, que me ajudou a tirar a mota porque sozinho não conseguiria. Depois disso tentei entrar num bom ritmo, mas já estava no meio de outros pilotos e havia pó. Foi pena este percalço que me fez perder bastante tempo, mas estou contente por ter terminado», resumiu Maio.

Bruno Santos (Husqvarna) foi o 36.º. Ambos ocupam idênticas posições na classificação geral.

Domingo começa uma especial com 48 horas e 947 quilómetros cronometrados, em que os pilotos ficarão isolados do mundo e sem assistência, dormindo em tendas no meio do deserto da Arábia Saudita, também em redor de Bisha.