Bárbara, Fernando e Anri eliminados no Mundial, qualificação de Telma para os Jogos mais difícil
João Fernando não conseguiu a qualificação direta, mas poderá manter-se apurado para os Jogos de Paris-2024 via quota continental. Hipótese de Telma Monteiro disputar pela sexta vez o torneio olímpico mantém-se viva, mas deixou de ter uma das variantes para lá chegar. Quarta-feira Taís Pina (-70 kg) irá decidir se ela própria estará a combater na capital francesa daqui a dois meses e o futuro de Fernando e Telma, pela forma de como essa qualificiação acontecer.
Com a eliminação de Bárbara Timo (-63 kg) frente à canadiana Catherine Beauchemin-Pinard (3.º do ranking) na ronda de 16, ou seja, antes dos quartos de final a que dão direito a passar à repescagem, Portugal deixou de ter representantes no terceiro dia do Mundial de Abu Dhabi de judo, pois, minutos antes, João Fernando (-81 kg) e Anri Egutidze (-81 kg) também haviam sido afastados.
Além da ambição de todos poderem chegar ao pódio, as atenções nacionais estavam particularmente viradas para o desempenho de João Fernando (22.º).
Não só por o judoca do Sporting estar na corrida à qualificação para os Jogos, mas também porque, caso entrasse via apuramento direto - está num lugar de virtualmente qualificado por quota continental - , abriria vaga para que outro português a pudesse ocupar, visto só ser permitido um judoca por país nessa situação .
Ora, quem diretamente poderia vir a beneficiar com isso seria Taís Pina (-70 kg), compete amanhã, e/ou Telma Monteiro (-57 kg), que neste momento está fora dos lugares que dão acesso aos Jogos de Paris-2024.
Teria sido bom que Fernando tivesse atingido os quartos de final, até porque aquele que, há uma semana, o retirou dos lugares de apuramento direto, o húngaro Attila Ungvari (19.º), também concluiu a participação na ronda de 16 e os dois estavam separados por 415 pontos no ranking de qualificação olímpica.
Agora, até porque há outros atletas presentes na prova, resta ter a garantia de que João mantém a qualificação por quotas e se a FIJ a atribui mesmo a Portugal pois, há três anos, na qualificação para os Jogos de Tóquio, Rodrigo Lopes (-60 kg) também estava nessa posição e a federação internacional não lhe deu o visto olímpico justificando que Portugal já contava com muitos judocas qualificados (8) e ele seria aribuido a outro país.
Neste momento, os únicos que têm a garantia que, dentro de dois meses e meio, irão atuar torneio olímpico são: Catarina Costa (-48 kg), Bárbara Timo (-63 kg), Patrícia Sampaio (-78 kg), Rochele Nunes (-100 kg) e Jorge Fonseca (-100 kg).
Mas, amanhã, no quarto dia do Mundila de judo, Taís ainda pode apurar-se diretamente, ou apenas ultrapassar João Fernando em pontos e ficar ela numa situação de quota continental e ele na quota vinda de outro continente sem atletas suficientes para preencher as suas, como agora se encontra Pina.
Quanto à prova em si, João Fernando (22.º) começou por eliminar o belga Jarne Duyck (89.º) com ippon a 2.34m do fim do combate e conseguido através de uma chave de braço no seguimento de uma projeção do adversário.
Na 2.ª ronda, Fernando foi até quem se mostrou mais ofensivo face a um dos principais candidato às medalhas, o sul-coreano Joonhwan Lee (3.º), bronze no Mundial de 2023 e atual campeão asiático, mas este conseguiu um wazari a 10s do fim, quando parecia que o português iria outra vez tentar resolver o confronto com outra chave de braço.
Na mesma categoria, Anri Egutidze (56.º), bronze no Mundial de Budapeste-2021, e praticamente afastado da corrida olímpica, esteve brilhante ao anular um wazari conseguido pelo romeno Adrien Sulca (78.º) a 31s do fim, quando levou o combate para prolongamento com outro wazari num momento em que restavam 10s no cronómetro. Só que aos 1.38m do ponto de ouro e com os dois judocas tapados por castigos, Sulca resolveu tudo com um segundo wazari.
No sector feminino, e com a qualificação resolvida, Bárbara Timo (15.ª) não só ambicionava a terceira medalha num Mundial como poder chegar a Paris-2024 na situação de cabeça de série.
Isenta da ronda inaugural, 3m chegaram para ultrapassar a austríaca Magdalena Krssakova (34.ª) por ippon, no entanto, não conseguiu repetir o sucesso na ronda de 16 contra a canadiana líder do ranking mundial Catherine Beauchemin-Pinard, que marcou wazari aos 1.13m e conseguiu defende-lo até finale agora irá lutar por uma das medalhas de bronze.