Atletismo Auriol Dongmo em busca dos 20 metros
«Obrigado, obrigado!» têm dito os portugueses a Auriol Dongmo após mais um título no lançamento do peso, desta feita nos Jogos Europeus. A Polónia continua a receber o evento mas a sportinguista já regressou a casa e a pensar nos Mundiais, que se realizam de 19 a 27 de agosto deste ano, em Budapeste, Hungria, onde espera garantir os 20 metros de que necessita para ter direito a mais uma medalha e «dar uma alegria ainda maior» a Portugal.
Campeã europeia de pista coberta, vencedora de duas etapas da Liga Diamante e dos torneio internacionais de lançamentos na Alemanha e em Leiria, sem esquecer o concurso do peso nos Jogos Europeus, Auriol Dongmo nascida camaronesa há 32 anos e portuguesa por opção, vive «uma boa fase na carreira» que pode prolongar-se até aos Mundiais. O título mais custoso é o mais recente, nos Jogos Europeus, porque «não foi um bom dia para o lançamento sair». Foi preciso esperar pelo quarto arremesso para obter os 19,07 metros da vitória, ainda assim um resultado aquém dos registos mais significativos deste ano (18,90 metros na Alemanha, 19,68 em Leiria, 19,72 em Paris e 19,28 em Rabat). «Esperava fazer muito mais. Mas o mais importante é o apoio à equipa e a garantia de permanência na primeira divisão do Europeu», justificou a atleta, à conversa com A BOLA em casa, em Leiria, onde vive e se treina.
Embora tenha amealhado títulos neste ano, Auriol Dongmo ainda não conseguiu saltar os 20 metros que garantem medalha nos Mundiais, o que explica a insatisfação com o desempenho pessoal na Polónia. Em março, nos Europeus, esteve perto ao garantir 19,76 metros, mas ainda falta esse salto fundamental, que poderá surgir nas próximas provas, nomeadamente uma além fronteiras, importante para aferir o nível competitivo entre rivais.
Auriol Dongmo conhece bem os requisitos porque o título mundial de pista coberta de 2022 só aconteceu com 20,43 metros e recorde nacional na disciplina. Mas a preparação segue o plano estabelecido e, «com a graça de Deus», como frisou esta cristã devota, «o pico de forma» acontecerá no Mundial e em condições de lutar por mais uma medalha. «O que mais tenho ouvido dos portugueses é obrigado, obrigado... Tenho sentido a gratidão das pessoas. É uma motivação, uma força extra, para continuar a trabalhar e ver as pessoas felizes», explicou Auriol Dongmo. «Sinto-me muito bem em Portugal, em casa, rodeada de quem gosta de mim.»