Jogos Europeus Ana Cruz, obreira da primeira medalha para Portugal, diz estar nas nuvens
Obreira da conquista da primeira medalha de Portugal nos Jogos Europeus-2023, competição que decorre até 2 de julho na Polónia, Ana Cruz, que terminou a prova de Kata, variante de Karaté, no terceiro lugar, assumiu estar nas «nuvens».
«É muito bom, gratificante por todo o esforço diário. Sinto-me nas nuvens. Apesar de ter perdido a meia-final, estive muito bem, no limite das minhas capacidades. É gratificante ter acabado com grande performance e ter recebido a medalha do terceiro lugar», disse, à Agência Lusa, a atleta de 28 anos.
Ana Cruz, no combate de acesso ao ouro, somou 42 pontos frente à espanhola Paola Garcia Lozano, que com 43.40 seguiu em frente e deixou a portuguesa no último lugar do pódio – refira-se que no Karaté as semifinalistas derrotadas ficam automaticamente com o terceiro lugar.
Antes, na fase de grupos, começou por superar a polaca Anna Kowalska (40.40-37.90) e depois a checa Veronika Miskova (41.90-41.70).
A primeira derrota surgiu frente à francesa Helvetia Taily (41.20-42.30), mas ainda assim avançou para as meias-finais.
«No Karaté ensinam-nos a nunca desistir. Estive mais de 15 anos a tentar ser campeã nacional. Esta mensagem é para os portugueses nunca desistirem, mesmo quando as coisas não correm bem. Nunca desistam, deem tudo e vamos conseguir mais medalhas, tenho a certeza», continuou.
A 13.ª do ranking mundial realçou o bom desempenho do Kata em Jogos Europeus, depois do bronze de Patrícia Esparteiro em Minsk-2019.
«Significa que o Karaté nacional tem muito valor e tem de ser mais apoiado. Temos de crescer e ir à procura do segundo [lugar] e do primeiro», concluiu Ana Cruz.
Para quem não saiba, o Kata é uma disciplina do Karaté na qual não existe confronto físico, mas sim uma exibição de técnicas avaliada por sete juízes, anulando duas notas em cada prestação (a mais alta e a mais baixa).