Wayne Rooney: «Bebia até desmaiar, era o meu refúgio»
Antiga estrela da seleção inglesa e do Manchester United fala dos problemas no início da carreira: «Não sabia como lidar com as angústias e o stress, então usava o álcool como escape»
Wayne Rooney, atual técnico do Birmingham no segundo escalão do futebol inglês, voltou a falar dos problemas de alcoolismo que o afetaram na fase inicial da carreira.
O melhor marcador da história da seleção de Inglaterra, com 53 golos em 120 internacionalizações, assumiu em conversa no podcast Seven da BBC que, «nos momentos mais difíceis», bebia «até desmaiar».
«Tive muitos desafios diferentes, dentro e fora do campo, e o meu escape, o meu refúgio foi o álcool. Quando eu tinha 20 e poucos anos, jogava então no Manchester United, fechei-me em casa alguns dias e não saí. Só bebia. Foi até desmaiar», disse o ex-avançado de Everton, Manchester United, DC United e Derby County durante a entrevista conduzida pelo ex-jogador de râguebi, Rob Burrow, responsável por podcast sobre saúde mental.
Podia ter matado alguém. Ou podia matar-me. Passa tudo pela tua cabeça
«Eu não queria estar perto das pessoas, porque às vezes ficamos envergonhados e outras sentimos que só as dececionamos. No fundo, eu não sabia como lidar com tudo isto, então escolhi o álcool para tentar ajudar-se a superar o stress e as angústias. Sim, tinha pessoas na seleção e no Man United com quem eu poderia conversar, mas decidi não fazê-lo e tentei lidar com isso sozinho», assumiu Wayne Rooney, hoje com 38 anos.
«A verdade é que demorei a perceber que, quando fazemos isso, quando não deixamos que nos ajudem, podemos realmente cair num enorme buraco escuro... e eu estive lá durante alguns anos. Felizmente agora não tenho medo de falar com as pessoas sobre alguns problemas que posso ter e aconselho vivamente todos a fazê-lo», concluiu o antigo atacante.
Esta não é a primeira vez que Rooney assume problemas com álcool. Em fevereiro de 2022, no programa BBC Breakfast, já havia abordado o tema. De forma dramática…
«A morte é algo que caminha ao nosso lado quando estamos no fundo do poço. Podia ter matado alguém. Ou podia matar-me. Passa tudo pela tua cabeça. Eu sabia que precisava de ajuda, para me salvar, mas também para salvar a minha família», reconheceu o treinador do Birmingham.