Voto eletrónico volta à agenda do Sporting
Frederico Varandas falou no domingo, depois de conhecidos os resultados da AG

Voto eletrónico volta à agenda do Sporting

NACIONAL12.10.202320:02

Sabe A BOLA que não será este ano mas em 2024 o assunto deve voltar à ordem do dia

A possibilidade de os sócios do Sporting votarem em assembleias gerais, comuns ou eleitorais, de forma eletrónica e à distância foi no passado domingo chumbada. Para tal poder acontecer é preciso alteração estatutária que tem der ser aprovada por 75 por cento dos votos e dos votantes, maioria qualificada que não foi alcançada na AG. Mas porque a proposta teve apreciação positiva de cerca de 70 por cento (69,8 por cento dos votantes 71,65 dos votos), Frederico Varandas voltou a abordar ontem o assunto, pedindo reflexão e mobilização dos sportinguistas. «Haverá novo dia», escreveu no editorial do jornal do clube. Apurou A BOLA que esse novo dia pode ser já em 2024.

Este ano o assunto não voltará à agenda, garantiram-nos. Mas a porta para nova AG onde se votará a mudança estatutária para permitir o voto eletrónico à distância deve voltar a estar na ordem do dia já no próximo ano. «Haverá novo dia, mas de pouco valerá se os sócios abdicarem de exercer o seu principal direito: participar, decidir… votar», ressalvou o presidente dos verdes e brancos a terminar o texto que assinou na publicação oficial dos leões.

«Dos 3771 sócios que votaram, sete em cada dez votaram a favor da medida proposta pelo Conselho Diretivo», lembrou o líder leonino, pedindo «uma reflexão, e consequente mobilização, do universo leonino sobre os resultados em causa». «O primeiro ponto de reflexão é sobre o facto de o universo de 3771 sócios que votou representar menos de 4 por cento de todos os sócios que podem exercer o seu direito. O segundo é que se torna evidente que, com o sistema de votação vigente, essa minoria de 1 por cento dos sócios sabe que se transforma em 30 por cento, ou mais, consoante a habitual fraquíssima participação eleitoral», avisou.

Varandas aproveitou para questionar: «Queremos que uma minoria de 600, 800 sócios continue a decidir por mais de 100.000 sócios com poder de voto? No dia em que o voto seja universal, nunca mais um grupo qualquer consegue controlar ou condicionar uma assembleia.»

Queremos que uma minoria de 600, 800 sócios continue a decidir por mais de 100.000 sócios com poder de voto? No dia em que o voto seja universal, nunca mais um grupo qualquer consegue controlar ou condicionar uma assembleia

Considera o presidente sportinguista que «no dia que houver voto eletrónico à distância o poder fica realmente disperso e descentralizado por todos os sócios do Sporting, e nunca mais por grupos minoritários». «Este é que é o verdadeiro cerne da questão do voto eletrónico. O poder que uma minoria não quer perder para continuar a condicionar uma maioria», apontou.

A terminar, Frederico Varandas assegurou ainda a credibilidade do processo. «Aceitaremos sempre os resultados, sejam eles quais forem, mas decidamos todos. Desde 2017 que as eleições nesse ano, em 2018 e 2022 foram realizadas com voto eletrónico, sendo o processo de contagem de votos 100 por cento digital e auditado por uma empresa externa ao clube. A possibilidade de voto eletrónico à distância é a única que permite efetivamente darmos mais um passo à frente, fundamental para que o voto seja universal. Os 70 por cento que votaram a favor não foram suficientes para cumprir a maioria de 75 por cento exigida pelos estatutos», lamentou o líder leonino, assegurando que os leões cumprirão «sempre os estatutos, assim como o sentido de votação expresso pela maioria».