O MISTER DE A BOLA Vitória foi mais equipa

Tiago Fernandes analisa a derrota do FC Porto frente aos vimaranenses

1. Organização vimaranense

O Vitória de Guimarães entrou muito bem organizado e a saber sempre aquilo que tinha de fazer em cada momento do jogo. E mais, tendo um FC Porto mais previsível, menos criativo, com menos confiança também, pela frente, tornou-se mais fácil a tarefa do Vitória de Guimarães, que em termos defensivos manteve sempre uma grande coesão, uma grande entreajuda e conseguiu roubar muitas bolas ao FC Porto. Conseguiu também sair em transição em várias ocasiões, criando sempre perigo e pondo sempre à prova Diogo Costa. O golo a abrir, logo aos 12 minutos, deu motivação ao Vitória de Guimarães.

2. O 'dínamo' Jota Silva

O FC Porto joga com o Vitória de Guimarães três vezes praticamente seguidas. Penso que o Álvaro [Pacheco] foi inteligente ao tirar o Nélson Oliveira e jogar com maior mobilidade na frente, sem uma referência ofensiva, aproveitando a mobilidade e os ataques à profundidade constantes de Jota Silva, que é um jogador que, quando eu o descobri no SC Espinho, era aquilo que ele fazia, era um jogador que dava cabo de uma defesa, conseguia rasgar uma defesa, uma linha defensiva, sempre com ataques constantes à profundidade e ao espaço. E penso que o Álvaro foi inteligente a deixar Jota solto na frente para criar mesmo esse desconforto na linha defensiva do FC Porto.

3. Desequilíbrio azul e branco

A entrada forte do Vitória de Guimarães, organizada, coesa, compacta, confiante, fez com que o Vitória conseguisse chegar à frente do marcador num livre bem executado, e dar aquela confiança que o Vitória também precisava para estar no jogo com outra tranquilidade. E depois o 2 -0 ainda veio dar mais confiança e moral à equipa de Álvaro Pacheco. Penso que o FC Porto está muito desequilibrado, está com pouca confiança, com pouca dinâmica, com pouca criatividade. Está um pouco apagado, mas isso não quer dizer que o FC Porto do terceiro jogo, a contar para a segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal, seja o mesmo FC Porto que jogou este último jogo com o Vitória de Guimarães, penso que vai ser um FC Porto diferente. Mas neste jogo, foi isso que eu senti, senti que o Vitória foi mais equipa, com mais coesão.

4. Expulsão foi determinante

Galeno foi sempre o jogador mais desequilibrador do FC Porto, juntamente com Francisco Conceição. Galeno mais vertical, Francisco mais a procurar movimentos interiores, mas faltou alguma qualidade. Penso que Danny Namaso é um jogador com qualidade e com futuro no FC Porto, mas neste momento o Evanilson é um jogador muito mais maduro, muito mais feito, com muito mais capacidade para ser o ponta de lança do FC Porto.

Pepe não pode ser expulso daquela forma, não pode cometer este tipo de erros, pela experiência que tem. O principal fator para o FC Porto não se ter conseguido encontrar no jogo foi a expulsão de Pepe, que acabou por pôr a equipa a jogar com 10 jogadores muito cedo, e acabou por não conseguir depois dar a volta ao jogo.