Vítor Campelos: «Faltou-nos humildade»
Vítor Campelos, treinador do Aves SAD, no jogo com o FC Porto. Imagem: Estela Silva/Lusa

Aves SAD-FC Porto, 0-5 Vítor Campelos: «Faltou-nos humildade»

NACIONAL28.10.202423:44

Declarações de Vítor Campelos, treinador do Aves SAD, em conferência de imprensa, após a pesada derrota (0-5) na receção ao FC Porto

- No jogo, vimos um FC Porto dominador e um Aves SAD diferente na segunda parte. Que leitura faz do jogo?

- Entrámos bem nos primeiros 15 minutos, com a equipa ligada e concentrada, e é assim que temos de ser – uma equipa atenta aos detalhes e ao jogo. Contra equipas de elevada qualidade, um detalhe ou um erro pode fazer a diferença. Na primeira parte, faltou-nos organização e agressividade, no bom sentido. Fomos demasiado passivos e não conseguimos impor o nosso jogo, sobretudo em casa. Foi por isso que acabámos por sofrer na primeira parte. No intervalo, tivemos de passar uma mensagem de mudança para que a segunda parte fosse, de facto, um "outro" jogo, onde estivemos melhor. Por vezes, em jogos como estes dizem para esquecer, mas prefiro dizer que é para lembrar e aprender. Houve momentos em que alguns jogadores pareciam fora do ritmo, e, quando isso acontece, o plano de jogo não corre como queremos.

- Sente que a falta de agressividade foi mais demérito do Aves SAD ou mérito do FC Porto?

- Foi um pouco de ambas as coisas. Talvez tenhamos sido surpreendidos pela sua entrada forte, e, em alguns momentos, faltou-nos humildade. É verdade que entrámos bem, mas o FC Porto foi superior nesse período inicial. Mais do que tudo, precisávamos de manter a postura e o compromisso demonstrado nos últimos 30 minutos da primeira parte. Quando perdemos o foco, permitimos ao adversário criar um objetivo diferente, e isso penalizou-nos.

- Como explica o que aconteceu? Foi falta de experiência em jogos grandes?

- Um pouco de tudo. Para haver golos, geralmente tem de haver erros. Treinamos durante a semana para antecipar situações de jogo, mas nem sempre conseguimos estar no máximo rigor. Tal como disse, para existirem oportunidades, também têm de existir falhas. Em equipas com grande eficácia, como o FC Porto, é natural que aconteçam situações assim. No último golo, por exemplo, o Mora ficou sozinho. Isso não pode acontecer, são coisas que temos de melhorar. Temos defendido bem, e não é comum sofrermos muitos golos, mas foi um dia menos bom. O importante é refletir e corrigir para que não se repita.

- Que avaliação faz do Ochoa nesta derrota difícil?

- Mais do que o jogador, o Ochoa é uma pessoa fantástica, de uma simpatia enorme. Fez uma carreira incrível, e ter a oportunidade de o ter na nossa equipa é muito importante. Ele traz experiência e serenidade aos mais novos. Todos estamos muito contentes com ele, e estou certo de que vai ajudar-nos muito ao longo da época. Temos outros guarda-redes talentosos, e juntos vão contribuir para uma época sólida. Quando se sofre muitos golos, é normal que se olhe para o guarda-redes, mas há momentos em que ele pouco pôde fazer. Ainda falta muito campeonato, e o Ochoa já fez boas exibições, por isso estamos felizes por o ter connosco.

- O Gustavo Assunção veio para a segunda parte, mas nem chegou a entrar. O que aconteceu?

- Ao intervalo, o Gustavo mencionou que tinha um ligeiro desconforto na parte posterior da coxa, mas disse que ia tentar jogar. No entanto, assim que entrou em campo, voltou a sentir o desconforto e percebeu que não estava nas melhores condições para ajudar a equipa. Por isso, pediu para sair.