AVES SAD-FC PORTO, 0-5 Bons amigos soltaram a rolha e Samu abriu a garrafa de champanhe: os destaques do FC Porto

FUTEBOL28.10.202423:25

Pepê, Fábio Veira e Martim Fernandes, entre outros, brilharam na vitória fácil do dragão. Depois, em 14 minutos, apareceu o furacão espanhol a materializar o futebol-champanhe de que falou Vítor Bruno

O melhor em campo: Samu (8)

Vai como vier. É para matar no peito, com esse gesto tirar o defesa do caminho e rematar forte? Cá vai disto. É para cabecear mais alto que todos os outros após um excelente cruzamento da direita? Pois com certeza. É para receber rasteiro, contornar um defesa e atirar para a baliza de ângulo difícil? Por que não? Samu é um caso muito sério como finalizador, venha o próximo a fazer três golos em 14 minutos e a decidir de vez um jogo. Na segunda parte ainda tentou o póquer e ficou aborrecido com meio falhanço que teve. Mais engraçado: pisou outros terrenos, mais atrasados, e teve participação direta (ao servir quem assistiu) no quinto golo da equipa, apontado por Rodrigo Mora. Uma Liga que tem Samu, Gyokeres e Akturkoglu a definir desta maneira se calhar não é tão má como dizem por aí.

6 Diogo Costa — Quando muda a hora tudo isto já sabe mais a Inverno, pelo que deve ser aborrecido (e sobretudo frio) estar 90 minutos a ver a bola lá longe. Tirando uns passes solidários de colegas de equipas, para não congelar, o guarda-redes da Seleção Nacional interveio duas vezes no jogo, já na segunda parte, ao bloquear com segurança dois cruzamentos avenses.

7 Martim Fernandes — Três cruzamentos de excelência, dois dos quais deram golo (segundo e terceiro do FC Porto). Afoito a subir pela direita, teve em Fábio Vieira um apoio de luxo e tornou-se um dos VIP portistas nesta noite de champanhe azul e branco a jorrar como há algum tempo não se via. Está a crescer e discute claramente com João Mário o lugar na direita da defensiva.

6 Nehuén Pérez — Dois ou três cortes, uma dezena de passes em construção ofensiva, uma noite calmíssima apenas interrompida por Kamate aos 61 minutos. E, aqui, o argentino disse «presente». Em jogos como este os centrais são quase como os guarda-redes, postos à prova duas ou três vezes e a ter de corresponder.

6 Tiago Djaló — Podia fazer-se um copy/paste do texto de Pérez para classificar a noite de Djaló. Estreou-se como titular na Liga portuguesa. Não marcou, como na Taça e na Liga Europa, mas fez com calma tudo o que tinha a fazer, incluindo cortar duas pseudo-ameaças do Aves aos 31 e aos 71 minutos.

6 Francisco Moura — A ala esquerda portista não teve a dinâmica da direita, e por isso Francisco Moura passou mais ao lado do jogo que outros companheiros. Ainda assim teve iniciativa, quis estar nas manobras do coletivo e nunca se escondeu. Um pequeno erro aos 31 minutos permitiu a John Mercado achar que podia fazer estragos na área portista, mas Djaló resolveu. Aos 77 minutos compensou com um corte de cabeça num cruzamento quase perigoso do Aves.

6 Alan Varela — É um pêndulo. E como todos os pêndulos ganha balanço, o que o faz entrar em determinados lances com maior fogosidade. Por isso viu o único cartão amarelo da equipa portista e colocou-se em risco para a visita à Luz, dentro de duas jornadas (tem quatro cartões). Mas como se explica a um jogador tão competitivo que às vezes não vale a pena? É um seguro de vida no meio-campo azul e branco.

7 Nico González — Vítor Bruno tem na dupla latino-americana do meio-campo uma ótima solução para jogos em que o FC Porto, por maioria de razão, será prevalente, terá mais bola e atacará mais do que defenderá. Nico entende-se às mil maravilhas com Varela e depois deixa-se sempre atrair por um qualquer íman para a frente. Apreceu na área para marcar o 1-0 mas já lá tinha andado várias vezes. Ainda iniciou a jogada do 4-0. É um espanhol em estado de graça no Dragão.

7 Fábio Vieira — Que belo regresso à titularidade na Liga portuguesa, vestido de azul e branco. Deu a Martim Fernandes uma enorme segurança nas combinações e nas compensações, permitindo ao jovem lateral aventurar-se pela ala como só os jovens sabem aventurar-se. Critério na posse e no passe, esteve envolvido em jogadas de golo, destacando-se o primoroso cruzamento para o golo de Nico González que, aos 22 minutos, desbloqueou de vez o jogo.

7 Namaso — Começou a época como titular no eixo do ataque. Depois chegou Samu. Namaso teve paciência, sentou-se no banco e nesta segunda-feira voltou a ter uma oportunidade. Ligeiramente mais atrás, porque Samu é indiscutível, o avançado anglo-camaronês mostrou que sabe jogar de costas para a baliza e possui dotes técnicos capazes de desequilibrar jogadas ofensivas. Podia ter marcado (atirou indiretamente ao poste, com cabeceamento de um defesa pelo meio) e esteve envolvido em jogadas que deram golo.

7 Pepê — Se um professor quiser, numa aula, caracterizar um verdadeiro jogador de equipa, tem sempre o exemplo de Pepê para dar. Desde que está no FC Porto foi arquiteto, bombeiro, estratega e até carregador de piano. Nesta segunda-feira posicionou-se taticamente na esquerda da linha mais ofensiva, mas não se cansou de procurar outros terrenos. Umas vezes abriu caminho a Francisco Moura, noutras descobriu ele próprio caminhos para novidades no jogo portista. Entre um remate ao poste (12'), uma assistência (para o 4-0) e participação decisiva em jogada de golo (2-0), mais um jogo completo do brasileiro.

6 Zé Pedro — Entrou, tocou na bola para uns passes, cumpriu. É um defesa, e quando um defesa entra num jogo decidido contra adversário que nada consegue...

7 Rodrigo Mora — Entrou com vontade de mostrar serviço. A experiência, os minutos de jogo, dar-lhe-ão maior clarividência na hora das decisões. Mas depois tem de facto uma aura especial, como se viu na qualidade com que preparou o remate do golo que fechou a contagem. Bateu num defesa? Sim. Tomara muitos...

6 André Franco — Andou pela direita ofensiva, numa altura em que o FC Porto já geria. Cumpriu o que levava na cábula de Vítor Bruno.

6 João MárioMartim Fernandes jogou muito bem, mas sente o bafo de João Mário no pescoço. Em pouco mais de dez minutos ia proporcionando o póquer a Samu e serviu Mora para o 5-0.

— Eustáquio — Rendeu o valoroso Varela e não teve tempo para o que quer que fosse.