Vítor Bruno: «Primeiras 24 horas depois da derrota em Alvalade foram duras...»

NACIONAL14.09.202419:10

Treinador do FC Porto espera alguma imprevisibilidade do Farense; criticou ainda o pesado calendário futebolístico

O FC Porto vai receber no domingo o Farense, às 15h.30 horas no estádio do Dragão, e Vítor Bruno espera alguma «imprevisibilidade» dos algarvios, que ainda não pontuaram na Liga.

Como vê o encontro com o Farense, já que não tem qualquer ponto somado? E a hora do jogo de amanhã (15.30 horas), agrada-lhe? É uma hora que dá muita nostalgia aos portistas, faz lembrar o antigo estádio das Antas...

«Enquanto preparação, nada mudou. Equipas com poucos pontos são sempre imprevisíveis. Já estive desse lado. Sei que muitas vezes se agarram a tudo e unem-se. É preciso estarmos em alerta permanente. Teremos que saber identificar a melhor forma de atacar um Farense que, do ponto de vista estrutural, posicional, poderá oferecer algumas dúvidas naquilo que foi a nossa preparação, até pelas notícias que vieram a público. Teremos de estar muito ligados ao que somos e no que fizemos nestas duas semanas de trabalho. Farense vai estar alimentado em esperança. Temos de atacar o jogo de frente. Teremos de estar muito ligados àquilo que nós somos, muito ligados àquilo que fomos reforçando enquanto construção do nosso jogo nestas duas semanas de paragem, e altamente vinculados com o desejo de vencer.

Em relação ao horário: é apelativo. Recordo-me nos tempos de infância ver, em Coimbra, a Académica e com gente que me levava. Lembro-me de levar bandeirinhas pretas e brancas na altura, num estádio que estava cheio. Obviamente aqui é um contexto diferente, mas eu acho que o futebol deve ser sempre um meio unificador daquilo que é o vínculo entre famílias, catalizador muito daquilo que tem de ser um sentimento familiar, forte.»

Que reação pretende e espera depois da derrota de Alvalade? É difícil gerir plantel com lesões sofridas na pausa internacional?

«Após uma derrota, a nossa vontade é atacar o jogo numa fase imediata. Nós fomentamos muito uma regra aqui dentro, que é não entrarmos em agonia mais do que 24 horas. Eu acredito muito naquilo que é a energia, nas sinergias criadas, em laços, em vínculos, e acho que só através de energia conseguimos construir o sucesso de uma organização. Por isso, as primeiras 24 horas após o jogo de Alvalade foram difíceis, duras, e agonizantes. Obviamente que isto não se perdeu ao longo destas duas semanas, está sempre cá guardado, nós não esquecemos, mas em termos de trabalho diário, totalmente vinculados de forma enérgica, muito fiéis àquilo que é o nosso jogar, àquilo que são as nossas convicções, àquilo que temos construído desde o início dos trabalhos. Mas isso durou 24 horas.

Em relação à perda de internacionais, é o que é, é o que é. É um fator que é incontrolável, nós não temos como, como controlar, vai ser alvo de matéria de debate, tenho a certeza absoluta, porque este ano estamos a falar de um ano sui generis, com o Mundial de Clubes, com a pausa de seleções, jogadores que consigam casar seleção com o Mundial de Clubes poderão acabar a fazer quase o número, a rondar os 100 jogos numa época que me parece absurdo, sem qualquer sentido, desprovido de qualquer nexo lógico.»