Villas-Boas admite «situação muito difícil de tesouraria» no FC Porto

Villas-Boas admite «situação muito difícil de tesouraria» no FC Porto

NACIONAL18.05.202415:45

Presidente recorreu a outros investidores para pagar salários e já está a entrar em contacto com fornecedores e agentes de jogadores para atrasar pagamentos

Sobre a multa da UEFA: «Tínhamos perfeita noção da multa da UEFA, na sua extensão, no entanto, lamentavelmente e por conta do ato eleitoral, decidiram não comunicar a verdade aos associados do FC Porto. Independentemente de tudo isso, é uma situação grave, que muito nos limita e que muita pressão vai causar sobre a próxima gestão, pelo que todo o cuidado é pouco. É importante, antes de 28 de maio [quando toma posse na SAD], que os associados saibam perfeitamente qual é o estado atual do clube e da SAD e das dificuldades que estamos diante de nós.»

Sobre a Academia da Maia: «Estamos a estudar os dois dossiês, o FC Porto recebeu a notificação por parte da Câmara da Maia para mais um reforço do pagamento. No entanto, continuamos a trabalhar nos dois, continuamos a ter duas opções viáveis em cima da mesa, tomaremos a decisão muito em breve. Temos uma situação muito difícil de tesouraria, que causa muita pressão para a gestão financeira atual do clube. Mas queremos tomar uma decisão estratégica para o futuro. Ambas são muito diferentes, beneficiam o FC Porto em todos os sentidos, queremos tomar a melhor decisão.»  

Sobre ter pago salários já no FC Porto: «A notícia não corresponde totalmente à verdade. Arranjámos um grupo de investidores diferentes dos que recentemente tinham suportado a SAD em alguns pagamentos. Preferimos optar por outro caminho e sugerimos isso à SAD, que acabou por validar os diferentes contratos. É uma situação difícil, que obriga a uma gestão rigorosa, o plano sustentabilidade do clube é longo, já estamos a trabalhar na reestruturação financeira do clube. Temos tido reuniões com futuros investidores e com a banca internacional».  

Sobre Sérgio Conceição: «Neste momento é importante que a equipa tenha tranquilidade no seu trabalho, a minha conversa com o treinador foi nesse sentido, dar estabilidade ao grupo de trabalho e ao treinador. Essa reunião e toda a sua profundidade será depois da final da Taça.»  

13 anos da conquista da Liga Europa: «Lembro-me perfeitamente [onde estava]. Estávamos a preparar o jogo em Dublin, foram momentos especiais desta última vitória europeia do FC Porto, diz-me muito mas também a todos os sócios. Agora é uma responsabilidade maior, responde-se aos associados em toda a tomada de decisão. Espero estar à altura.»  

Processo relacionado com os bilhetes: «É um dossier aberto, vem em conjunto com a Operação Pretoriano. Estamos em análise da recolha de informação, a minha mensagem para as pessoas do FC Porto é que colaborem com a Justiça nesta fase, nós enquanto direção já o estamos a fazer e iremos fazer quando tomarmos posse na SAD.»  

Relação com as claques: «São protocolos para refazer. No futuro serão revistos e novos protocolos darão começo a outro tipo de relação. O que me importa perceber é a extensão que o FC Porto sofreu em termos de tesouraria neste caso e procura das responsabilidades.»  

Caso de André Franco: «Há uma série de dívidas que agora podem ter consequências mais gravosas. Estamos a comunicar com alguns fornecedores, agentes e representantes de jogadores para que os prazos de pagamento possam ser alargados para dívidas anteriormente assumidas pelo FC Porto. Ontem entrámos em contacto com os agentes de André Franco para perceber se podemos alterar os prazos relativamente a esta dívida.»