SC Braga «Últimos jogos serão terríveis para nós... e para os outros»
Prestes a entrar na fase decisiva do campeonato, com objetivos ainda não garantidos e ambições publicamente reconhecidas, Pizzi e o SC Braga colocam-se na crista da onda e o médio adverte desde já para o que por aí virá.
«Os últimos jogos vão ser muito difíceis. Para nós e para os outros. É a luta pelos primeiros lugares e a luta pela permanência que estão em causa. Por isso, pensamos apenas no próximo jogo, que é o mais importante», diz Pizzi, sendo certo que ainda se discute uma presença na final na Taça de Portugal ou a «possibilidade de conquistar mais um título», nas palavras do brigantino.
Dois meses depois do seu regresso ao SC Braga, agora mais maduro e experiente, Pizzi, 33 anos, confirma estar a ser «tudo ótimo». Em declarações aos canais do emblema arsenalista, o internacional português diz-se ainda «feliz por ter tomado esta decisão» e justifica-a com questões «de ordem profissional e familiar». Quanto ao que encontrou desta feita na pedreira, uma enorme surpresa, confessa.
«Temos excelentes condições de trabalho e sinto-me perfeitamente integrado. E vejo que o clube cresceu imenso», elogia quem deixara o arsenal minhoto, rumo ao Atlético de Madrid, em 2011, depois de empréstimos a Ribeirão, Covilhã e Paços de Ferreira.
As razões para aquilo que diz ter sido «um retorno mais cedo do que o previsto» a Portugal, além de determinadas pela necessidade de mudança imposta pela família, também foram consequência da sua própria intenção de recuperar espaço «num campeonato mais competitivo».
«Estava no Médio Oriente [no Al Wahda, dos Emirados Árabes Unidos], a vida lá é muito boa, mas o futebol é diferente. Não me sentia feliz. E quando o presidente António Salvador me falou o meu foco virou-se. Voltei para poder competir ao mais alto nível», revela Pizzi, despreocupado quanto às reações então conhecidas, algumas delas dando-o como uma aposta em alguém no final de carreira. Para quem assim pensava, o homem que já tinha deixado história farta ao serviço do Benfica garante «ter mantido sempre a calma», até pelo facto de ter sido envolvido, ao longo da vida, em situações que, aponta, o «fizeram evoluir».
«Vim para ajudar e dar o máximo. Posso, com a minha experiência, acrescentar dentro e fora do campo, tanto mais que temos aqui jovens com qualidade para chegar longe», observa o criativo.
Falando de Artur Jorge, que só agora conheceu enquanto treinador, Pizzi admite que, «mesmo estando a dar os primeiros passos na Liga», é alguém com competência «e tem tudo para crescer e dar o salto». O mesmo diria do modelo de jogo e dos sistemas em que a equipa habitualmente se apresenta, nada «que seja problemático».
«Identifico-me com este tipo de jogo, com muita posse de bola, que me permite jogar entre linhas e tenho encaixado bem», acrescenta o médio, que assegura «estar já fisicamente preparado para este nível competitivo» ao fim destes dois meses.
A maior novidade com que Pizzi se cruzou agora em Braga é a Cidade Desportiva. Para quem esteve em Espanha e na Turquia, onde essas infraestruturas há muito fazem parte do património dos melhores clubes, trata-se de investimento com retorno.
«É fundamental em termos da formação. E clubes como o Braga vivem muito da rentabilização de jovens valores. Há miúdos que vêm trabalhar connosco e que são dotados de grandes qualidades. Esses jovens têm aqui boas condições para evoluir. Eles estão espalhados pelas equipas B e sub-23», remata.