Tudo o que disse Sérgio Conceição: do mercado às eleições no clube

Tudo o que disse Sérgio Conceição: do mercado às eleições no clube

NACIONAL27.01.202413:25

A visão do técnico sobre o ato eleitoral que agita o clube, o seu distanciamento como funcionário, o mercado e a evolução tática da equipa.

O jogo contra o Farense: «Espera-nos uma deslocação difícil, dentro do histórico que é jogar no São Luís. Este ano, penso que o Farense conseguiu, depois de alguns anos afastado da Liga, uma consistência muito interessante e uma equipa equilibrada, difícil de defrontar. Já o estádio, por si só, é difícil. O José Mota tem feito um trabalho extraordinário, tem conseguido ao longo do campeonato fazer evoluir a equipa de forma muito interessante. Espera-nos um jogo difícil e somos nós que temos que descobrir o que fazer para trazermos os três pontos. Eustáquio e Grujic tiveram gripe durante a semana, vamos ver o estado deles e decidir se os levamos ou não.»

A mensagem enigmática que publicou no Instagram: «As redes sociais não são chamadas para aqui agora…»

As eleições no FC Porto e as várias candidaturas: «Claro que tenho opinião. Como trabalhador do FC Porto, sendo liderado por um presidente que ganhou o que ganhou nestes últimos 40 anos, o mais titulado mundo, considero que é bom que nestas candidaturas haja o debate de ideias e de propostas que cada um tem. É sempre produtivo para a vida do clube. Se me pediu apoio? Só quem não conhece o presidente é que pode meter uma notícia dessas cá para fora. O que o presidente me pede é o que pede a todos os trabalhadores do FC Porto, para que trabalhem com o máximo rigor, competência. E essa competência é adquirida através de uma ambição e paixão grande. Aquilo que ele quer, seguramente, é que essa base esteja presente diariamente, rigor, competência, paixão... Dar o melhor pelo nosso clube, que é o FC Porto. Se vou votar? Isso não é importante. Sou sócio, obviamente que tenho esse direito.»

A evolução da equipa: «Os dados dos últimos jogos são bons, mas se não continuarmos voltamos a entrar nesse tema. Essa consistência tem a ver com os resultados, os resultados associados a boas exibições, e é isso que queremos fazer. O espírito é fantástico, o grupo está muito unido, conhecem-se cada vez melhor uns aos outros. Isso deixa-me satisfeito. Em relação à equipa e à forma como jogamos, tem a ver com a semana de trabalho e com o que os jogadores me vão dando, não posso perspetivar o que vai acontecer quando os jogadores lesionados entrarem ou outros das seleções regressarem. As sensações que tenho durante a semana... Obviamente pegamos no último jogo para dissecar ao máximo como base, a partir daí são as indicações dos jogadores. Eles, com o trabalho deles, é que me pedem os minutos. Não tem a ver com o facto de serem altos, baixos, loiros ou morenos.»

Os ajustes feitos no onze e o que mudou em relação ao passado? «Acho que está tudo ligado, não só na nossa primeira fase de construção como entrando depois na 2.ª fase, no último terço... Tem a ver com a forma como defendemos, como estamos consistentes no processo defensivo, percebendo que somos uma equipa muito perigosa quando recuperamos a bola em zonas altas. Temos de estar atentos à dinâmica que os adversários têm explorado na nossa equipa. Houve um trabalho da parte dos jogadores muito interessante, e também da equipa técnica, para sermos mais sólidos em todos os momentos. Estou a falar em termos de estrutura e aí sim, houve um ajuste. Digo sempre que o futebol é muito simples, há uma baliza para atacar e outra baliza para defender. Se tivermos esse equilíbrio, estamos mais perto de ganhar, que é o nosso grande objetivo.»

A vinda de um central e o fecho tardio do mercado inglês: «Em relação ao central, tenho o Pepe, o Fábio, o Zé Pedro e o Marcano. São aqueles com que contamos e enquanto não tivermos novidades vamos à luta com estes. «O mercado inglês? Já não fui em janeiro para um clube por minutos. Depois tive a sorte ou azar de uma alta pessoa falecer... Expliquei-me mal. Dentro daquilo que eram as regras e as leis na Grécia, abriram mais um dia e tive a possibilidade de ir para o PAOK. Já o disse, este mercado de janeiro está demasiado tempo aberto e isso faz mal às equipas, os jogadores ficam sempre com a ambição de sair, principalmente os que não jogam tanto. Temos lidado bem com isso e já estamos habituados.»

O papel de Ivan Jaime contra o Moreirense, onde entrou como segundo pivô: «Não entrou especificamente com essa função, de ser o segundo homem no meio-campo. Tínhamos três jogadores a jogar por dentro. Dependendo da zona da bola, do momento do jogo, pode ser o Iván Jaime ou o Pepê, e o Pepê é um jogador extremamente ofensivo. O Varela é o jogador mais central, mas todos têm liberdade para aparecer em zonas de finalização. Tem a ver com a dinâmica da equipa e, no fundo, com a zona do campo em que estamos e onde está a bola. Para que, num momento ou outro, um deles possa compensar e ser o tal segundo médio. Depois é preciso complementarem-se, perceber quem está na frente, como está o espaço ocupado, é todo esse trabalho que é feito diariamente para que eles sejam cada vez mais fortes.»

O papel defensivo de Evanilson, Pepê e Francisco Conceição: «Os jogadores têm de mostrar a entrega todos da mesma forma, independentemente do sistema. O que pedimos, e isto é básico, é que a equipa ataque toda e defenda toda. Não acho que tenham trabalho extra dentro da forma em que estamos a jogar. Quando jogávamos em 4x4x2, e se repararem no que aconteceu no 1.º ano, Marega e Tiquinho também trabalhavam muito. Eu também era assim, quando era jogador e chegava a casa até era difícil ir à casa de banho ou sentar-me a jantar. Francisco e o Evanilson são jogadores com ações em sprint e em alta intensidade e isso nota-se mais no final do jogo, e é por isso que temos os reforços no banco que nos dão uma ajuda.»