Treinador do Vilar de Perdizes e a «montanha de grande dimensão diante do FC Porto»
Vítor Gamito está consciente das enormes dificuldades que a sua equipa vai ter pela frente, mas também diz que nunca entra em campo sem ser para competir; Sérgio Conceição «inspira muitos treinadores jovens como eu», assume o técnico do emblema transmontano
Por mais ínfima que seja a hipótese de conseguir derrubar o 'todo-poderoso' FC Porto, o Vilar de Perdizes vai à luta. Quem o garante é o treinador dos transmontanos. Vítor Gamito está completamente ciente da barreira gigante que a sua equipa vai ter pela frente amanhã, no confronto com os dragões, referente à 3.ª eliminatória da Taça da Portugal, mas, ainda assim, o sonho está (bem) vivo.
A mensagem de Vítor Gamito, saída da conferência de Imprensa realizada esta quinta-feira, é clara: ir para o jogo e competir. O que tiver de acontecer... acontecerá. Mas a esperança, essa, está lá.
«É um jogo super especial para nós e para o qual a maior dificuldade tem sido controlar a ansiedade. Vamos ter uma montanha de grande dimensão diante do FC Porto. Não sei qual é a probabilidade que temos para poder passar a eliminatória, mas temos de agarramo-nos a ela para sermos competitivos. Sabemos que é um sonho remoto, mas eu não consigo entrar para nenhum jogo sem ser para competir. As nossas chances são diminutas, sabemos disso, mas não podemos ir a jogo sem hipóteses de competir».
E num jogo como este, onde frente a frente vão estar uma equipa do Campeonato de Portugal e um dos emblemas de maior dimensão do futebol nacional, os jogadores do clube menos reputado não preciso de qualquer injeção de moral. Percebe-se. Mas, independentemente do resultado, Vítor Gamito pretende que fique alguma coisa para o futuro: «Até tive de baixar um pouco a motivação dos jogadores, que está nos píncaros, para nos focarmos na tarefa. Nesse sentido, estas semanas têm sido mesmo assim. Disse aos meus jogadores que deste jogo vai ter de sobrar alguma coisa. O mediatismo que está a acontecer é por causa do nome do adversário. Temos de aproveitar o jogo, com os pés bem assentes no chão, e não deixar que o balão depois rebente sem que fique nada. Que esse mediatismo seja também em função do nosso trabalho e não apenas do nome do FC Porto.»
Convidado a fazer uma análise à sua equipa, o técnico dos transmontanos foi claro: «Somos uma equipa de cariz ofensivo, somos um dos melhores ataques da Série A do Campeonato de Portugal e com o melhor marcador. Trabalhamos para fazer as coisas acontecer e nunca viramos a cara à luta, uma matriz dos guerreiros da Raia.»
E Sérgio Conceição foi, naturalmente, um dos destaques da conferência. Até pelos rasgados elogios que Vítor Gamito reservou ao técnico portista. «No final do jogo gostaria de falar com o Sérgio Conceição. É um treinador de elite que inspira muitos treinadores jovens que, como eu, aspiram chegar ao profissionalismo. É um treinador que eleva a fasquia de uma forma praticamente inalcançável. Todos olham para ele como um líder, desde à administração da SAD do FC Porto até à senhora da limpeza», confessou o líder do balneário do Vilar de Perdizes, de 35 anos, que está na terceira época consecutiva no clube e que nas duas temporadas anteriores conseguiu o título distrital da AF Vila Real (2021/2022) e a permanência no Campeonato de Portugal (2022/2023).
Natural de Chaves, Vítor Gamito vai, amanhã, jogar... em casa: «Sou um treinador jovem, com raízes flavienses e amanhã vou jogar em casa. Tento trabalhar todos os dias para tentar entrar nos campeonatos profissionais. Mas sei que para isso tenho que fazer o meu trabalho da melhor forma para aproveitar uma janela que se abra. Vamos jogar na catedral do futebol transmontano, como é o caso do Municipal de Chaves, e esperamos um grande apoio de toda a região transmontana.»