À espera do FC Porto, Vilar de Perdizes admite extinguir a equipa sénior
Presidente do Vilar de Perdizes assume favoritismo do FC Porto, mas diz que os seus «rapazes são atrevidos». Jogo será em Chaves devido à falta de condições do campo da Lage.
É melhor somar do que sumir, diz o ditado. Neste caso, e no que ao Vilar de Perdizes diz respeito, o ideal será multiplicar. Porque é por aí que o clube transmontano pode ver aumentadas as hipóteses de fazer uma gracinha e bater o pé ao FC Porto.
Quem o garante é Márcio Rodrigues, presidente do emblema que por estes dias anda nas bocas do mundo. Em declarações exclusivas a A BOLA, o líder máximo do Vilar de Perdizes salienta o poderio dos dragões, o tremendo favoritismo que têm para o jogo de amanhã (20.45 horas), mas também ressalva a ‘pontinha’ de esperança numa surpresa. «Claro que sabemos da enorme superioridade do FC Porto, mas tenho de respeitar o sonho do meu grupo de trabalho e da minha equipa técnica. Os nossos rapazes são atrevidos!», começou por dizer.
Mas, afinal, o que pode ser feito para contrariar a lógica? A resposta do presidente sugere soluções dentro e… fora de campo.
«Temos 1 por cento de hipótese, mas há o poder da multiplicação. Afinal, Vilar de Perdizes é a capital do misticismo. Se já fizemos alguma macumba? Pedimos ao padre Fontes e ele encarregou-se de fazer esse trabalho. Depois veremos…»
O momento do clube é de enorme vivacidade, não só por este encontro diante do FC Porto – «o dia mais importante da história do Vilar de Perdizes» -, mas também pelo facto de esta ser a segunda participação consecutiva no Campeonato de Portugal (algo que nunca tinha acontecido). Márcio Rodrigues, no cargo desde 2010, é um presidente feliz e que já conta com um título da divisão de honra da AF Vila Real, mas o futuro é… sombrio: «O jogo vai ser em Chaves porque não temos condições regulamentares no campo da Lage. Aliás, se o município de Montalegre não nos ajudar a resolver a questão, ponderamos extinguir a equipa sénior na próxima época.»
O problema do recinto local, assume, «é um rochedo que está num dos topos e que se não for retirado não deixa que o campo seja alargado».
Sonhar com pés assentes no chão
A continuidade da equipa sénior pode estar em causa para 2024/2025, mas, na presente temporada, o Vilar de Perdizes está a realizar uma caminhada tranquila. O 5.º lugar da Série A do Campeonato de Portugal (8 pontos) permite acalentar o sonho de uma eventual subida à Liga 3, mas esse é um assunto que, para já, não é… assunto. «Temos de sonhar com os pés assentes no chão. Não temos condições para aspirar a mais porque nem sequer temos campo para jogar», assume Márcio Rodrigues. O Vilar de Perdizes, recorde-se, realiza os seus jogos em casa no complexo desportivo do Chaves, uma vez que o Estádio Municipal de Montalegre é utilizado pelo… Montalegre.
«Se for para pedir a receita estou cá eu…»
É habitual que neste tipo de jogos, em que estão em confronto equipas de realidades completamente distintas, os clubes com maior poderio ofereçam a sua parte da receita de bilheteira aos emblemas menos abonados. Confrontado por A BOLA com esta possibilidade, Márcio Rodrigues mostrou-se… surpreendido. Mas foi pronto a responder: «Não sabia que isso era uma prática comum, mas se me diz que acontece com alguma frequência, então também vou tentar a nossa sorte. Se for para pedir a receita, estou cá eu…»
Pode ser que Jorge Nuno Pinto da Costa e seus pares sejam sensíveis ao apelo e ajudem o Vilar de Perdizes neste particular…