Ter pouca calma é menos grave que ter pouco jeito (crónica)
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Chéquia-Turquia,1-2 Ter pouca calma é menos grave que ter pouco jeito (crónica)

INTERNACIONAL26.06.202422:03

Equipa de Montella sofreu desnecessariamente. Jurásek eliminado, Kokçu festeja

Incapaz de gerir emoções – e muito menos jogos -, a Turquia sofreu em excesso para garantir a passagem para lá da fase de grupos do Campeonato da Europa, algo que não conseguia desde 2008, ano em que só parou nas meias-finais.

Embora mais talentosa do que a Chéquia, a equipa de Vincenzo Montella teve muito pouco discernimento para gerir um jogo que até lhe correu de forma bastante favorável. Partiu em situação pontual mais favorável, ficou cedo em superioridade numérica e até esteve a ganhar, mas chegou a parecer emocionalmente mais frágil, até surgiu o golo libertadores, em período de compensação.

A paixão turca passa aos oitavos de final, mas tem de aprender, de uma vez por todas, a ter mais cabeça, enquanto que a falta de jeito dos checos dita eliminação.

A equipa de Ivan Hasek estava obrigada a procurar a vitória para seguir em frente, mas cedo confirmou a falta de qualidade individual e coletiva para assumir as despesas do jogo, ainda que Provod tenha obrigado Mert Gunok a defesa apertada logo no segundo minuto.

De regresso à titularidade na seleção turca, Arda Guler respondeu com um remate de longe, aproveitando um raro momento com espaço, mas quando Hranac cabeceou por cima, em excelente posição, a Chéquia avisou logo que ia agarrar-se à bola parada. Sobretudo depois da expulsão de Antonín Barak, logo ao minuto 20, por acumulação de amarelos.

O jogo entrou numa fase pouco entusiasmante, com domínio territorial inofensivo da Turquia, e a Chéquia empenhada em fechar linhas para a sua baliza e em forçar a expulsão de um adversário para equilibrar as contas.

Os destaques: Krejci foi o bombeiro checo e Çalhanoglu

26 junho 2024, 22:54

Os destaques: Krejci foi o bombeiro checo e Çalhanoglu

Central do Sparta Praga foi um raio de luz numa seleção muito esforçada mas onde a qualidade não abunda; David Jurásek (Benfica) desperdiçou grande oportunidade para marcar; Na Turquia, Çalhanoglu vai fazer muita falta nos 'oitavos' e Kokçu entrou a tempo de assistir

Embora em situação (ainda mais) privilegiada, a equipa de Vincenzo Montella geriu mal a superioridade numérica, sem presença mais vincada na área e com Çalhanoglu perdido no meio do bloco defensivo do adversário.

Uma perda de bola de Arda Guler quase confirmava a tendência turca para complicar tudo, mas Mert Gunok negou o golo ao benfiquista David Jurásek.

Uma entrada bem mais acutilante, na segunda parte, permitiu logo à Turquia tirar dividendos, com o capitão Hakan Çalhanoglu a bater Jindrich Stanek, que ainda por cima saiu lesionado.

Tudo parecia indicar que a Chéquia estava arrumada, mas o resgate das bolas paradas ainda estava válido, e um lançamento lateral permitiu a Soucek restabelecer a igualdade, num lance contestado pelo guarda-redes turco, que reclamou carga na pequena área.

Os derradeiros minutos foram exacerbado nervosismo turco - com Montella a lançar o benfiquista Orkun Kokçu para tentar contrariar isso -, mas já em período de desconto surgiu uma recompensa para tanta ânsia, com o experiente Cenk Tosun a garantir o triunfo num jogo que ainda acabou com ânimos exaltados.