O MISTER DE A BOLA Taticamente interessante
Hugo Falcão analisa o Arsenal-FC Porto
1- 30 minutos
Os primeiros minutos de jogo em Londres revelaram uma tendência acentuada para um jogo de duelos, com o FC Porto a optar na fase inicial por um estado expectante, de forma a reagir às possíveis dinâmicas da equipa londrina. O impacto inicial foi positivo, e com o passar do tempo de jogo, o domínio das ações pertenceu ao Arsenal, mas o controlo do ritmo e intensidade de jogo foi dividido por ambas as equipas. Um dos aspectos que mais impressionou a quem analisou este jogo foi as diferentes soluções apresentadas pelo FC Porto, em esquemas tácticos, sejam eles ofensivos ou defensivos. O Arsenal criou maior perigo junto da baliza portista, mas a experiência tática do FC Porto foi um aspecto determinante para sustentar as acelerações constantes do ataque londrino.
2- Golo do Arsenal
A vantagem do Arsenal poderia ter provocado instabilidade emocional no FC Porto, mas após o intervalo, a equipa portista veio renovada, com uma atitude competitiva elevada, forte nos duelos individuais, respeitando a estratégia implementada pelo seu treinador, e com um sentimento de querer disputar o jogo até ao final. As emoções são o guia de todas as ações dos intervenientes de um jogo de futebol, onde a resiliência individual e o espírito coletivo são pressupostos essenciais para fomentar o sucesso da equipa. O apoio dos adeptos, em Londres, foi fulcral para o Arsenal vencer este jogo, este envolvimento promove e transmite confiança aos jogadores durante toda a partida, e estes responderam positivamente ao desafio.
3- Empate e Prolongamento
A segunda parte foi sofrida para ambas as equipas, o Arsenal com o desejo de resolver a eliminatória, e o FC Porto com a intenção de equilibrar o jogo, de forma a lutar pela eliminatória até às últimas consequências. A estratégia do FC Porto foi, acima de tudo, procurar dividir o jogo em duas estruturas, a proximal e a distal. A proximal, aquando da sua fase de construção, devido a pressão alta do Arsenal, a solução mais utilizada foi o passe longo por Diogo Costa, e a procura da 2ª bola na estrutural distal, com maior espaço para explorar duelos individuais, e eventuais situações de ataque rápido à baliza do adversário. A organização defensiva do FC Porto teve conotações interessantes (por exemplo os gatilhos de pressão ou saída dos médios), e as alterações tardias foram importantes na quebra da intensidade de jogo, visto ser um período temporal (os últimos minutos), onde o Arsenal, por norma, consegue marcar aos seus adversários, principalmente quando joga no seu estádio.
4- Penáltis e Final
Neste momento de decisão, é preciso interpretar a situação momentânea, expressar competência na marcação do penálti, concentração nos índices pertinentes, e por vezes «sorte». O guarda-redes do Arsenal foi o herói, com duas defesas difíceis, e retirou a possibilidade de o FC Porto continuar nas noites europeias desta época desportiva. Parabéns ao FC Porto pela representação portuguesa na Liga dos Campeões, faltou outros argumentos individuais para evidenciar igualdade no rendimento desportivo.