Supertaça, mercado, Pepe, Vasco Sousa e Gil Vicente: tudo o que disse Vítor Bruno
Treinador do FC Porto fez a antevisão do jogo com o Gil Vicente, que marca a estreia dos dragões na Liga em 2024/2025
— Como foi semana de trabalho após Supertaça, necessidade de colocar travão? Que Gil Vicente espera?
— A semana foi preparado dentro da normalidade aqui dentro. Preparar jogo difícil, semana canalizada para o Gil, com incógnitas maiores depois do acontecimento de ontem. A nossa equipa está mergulhada naquilo que é nosso, no treino, nos valores Porto. Teremos que nos ajustar durante o jogo, perceber se vai haver rompimento com o passado. Olhar para nós, olhar para o jogo com as lentes certas. Queremos começar bem, dar alegria aos adeptos que nos vão empurrar.
— Há para dentro e para fora um FC Porto antes e depois da Supertaça? Conta com Galeno?
— Haverá um Porto igual a si próprio, nem antes nem depois da Supertaça. Queremos ser o mais fiéis possível ao que temos trabalhado no Olival. Galeno está disponível, como todos à exceção do Marcano, Zaidu e Francisco Conceição.
— Pepe falou consigo?
— Não falei com o Pepe. Pelo que anunciou ontem, reunir todos os testemunhos é pouco para fazer um retrato fiel do que ele é. Consegue casar o profissional que é com os valores que habitam nele. E, tendo a humildade como grande característica, toda a presença dele evita que seja notada, mas a ausência é sempre muito sentida. O Pepe tem uma coisas que vão nascer e morrer com ele: os valores, desígnios e crenças. Isso não se pode comprar.
— As bolas paradas defensivas têm sido um problema…
— Sim, está à vista. Tentamos sempre afinar pormenores. Ainda hoje tivemos muito tempo focados nisso. É uma necessidade premente da equipa. Fazer análises, detalhes... O Sporting foi muito feliz na forma como atacou a bola parada, creio que aquela bola não era para o Gonçalo Inácio mas sim para o Morita. Foi feliz, mas trabalhou para isso.
— Foi mesmo uma estreia de sonho, por ser primeiro título e por ser com quem foi?
— Estreia de sonho é ganhar. Aqui no FC Porto só podemos lidar com vitórias. Quando não acontece a agonia é sempre grande. Para nós aqui o normal é sempre ganhar. Se foi impactante, sim, até pelas próprias vicissitudes do jogo, mas isso é um bocadinho aquilo que é o FC Porto, crença total, soldados em espírito de missão permanente. Quem serve o FC Porto tem de ser assim.
— O Vasco Sousa está em condições de ser titular?
— O Vasco, como qualquer outro jogador deste plantel, está completamente capacitado para integrar o onze inicial. Teve uma entrada brutal na Supertaça, agitou o jogo. Pode fazer duplas funções no meio-campo, o que nos garante conforto. Consegue perceber como se posicionar, como fazer um scan rápido à sua volta. Isso vem dele, vem do passado, é natural. Pode ter sido trabalhado na formação, mas é algo que é importante ter, sobretudo com a bola.
— Quando faz o desenho tático da equipa fá-lo em 4x3x3 ou em 4x2x3x1? Onde coloca o Nico González?
— Não sou muito forte com desenhos, não trabalho muito com quadros, mais com imagens, posicionamentos. O Nico tem a capacidade de chegar à frente, como segundo avançado ou terceiro médio. É muito evoluído nesse aspeto, veio com hábitos de trabalho muito positivos do Barcelona, e temos tentado incutir ainda mais competitividade. Aos poucos, tem sido cada vez mais capaz de reunir trunfos. Tem feito isso muito bem. Depende do adversário, se nos pede mais um segundo avançado puro ou terceiro médio. Depende da estratégia.
— O mercado ainda vai prolongar-se mais algumas semanas. Está a contar com mexidas no plantel?
— Até ao final de agosto tudo é possível. O mercado é muito volátil. Não conseguimos controlar. Aquilo que eu sei é que o presidente tem feito um esforço tremendo. Veremos que tipo de propostas temos. Temos identificados vários alvos. Temos de estar preparados para o negócio do futebol.