Sporting: «Vejo Hjulmand como futuro capitão»
Luís Vidigal destaca experiência do médio adquirida em Itália; cada vez mais sólido, tem sido peça importante na equipa de Rúben Amorim
A timidez de quem chega a um clube novo, com o peso nos ombros de ser a segunda contratação mais cara da história do Sporting - custou aos cofres leoninos €18 milhões, mais três por objetivos -, que se assume obcecado por futebol e diz estar Sempre a estudar onde pode melhorar o seu desempenho, deu lugar a uma solidez que é cada vez mais evidente no campo.
Morten Hjulmand , médio de 24 anos, formado em Copenhaga, que se mudou aos 18 anos para os austríacos do Admira Wacker, internacional em todas as camadas jovens, que passou os últimos três anos no modesto Lecce, de Itália, tem vindo a explicar a aposta dos leões.
Após crescer com um pôster de Patrick Vieira colado na parede do quarto, e ter tatuado o símbolo do Arsenal, onde o gaulês jogava, no ombro esquerdo, o escandinavo está a trilhar o seu caminho de leão ao peito.
«Escolhi o Sporting porque é um grande passo para a minha carreira. Quero continuar a desenvolver-me como pessoa e como jogador e, claro, é um clube conhecido pelo seu trabalho com jovens jogadores. É um clube muito grande na Europa, com muita história e troféus e habituado a jogar nas competições europeias», referiu o médio, quando da chegada a Alvalade, no último verão.
Adaptado às novas exigências, Hjulmand tem aproveitado todas as oportunidades que Rúben Amorim lhe deu e está a crescer aos olhos vistos, não só por ter mais minutos em campo, mas pela importância que está a ter na equipa, fruto de suas ações.
Veja-lhe a margem de progressão. O jogador sente-se em casa, sente-se feliz, e isso é meio caminho andado para o sucesso
Maturidade e inteligência
A BOLA falou com Luís Vidigal sobre a ascensão do escandinavo e o antigo jogador, que saiu do Sporting para jogar em Itália, onde passou oito épocas, considera que a experiência de Hjulmand numa equipa transalpina foi fulcral no seu percurso.
«Se olharmos para as características de Hjulmand, em termos de intensidade e agressividade, não se aproxima de Ugarte e Palhinha, mas é um jogador inteligente no sentido posicional, que confere grande equilíbrio e segurança à equipa. Tenho zero dúvidas de que esta evolução tenha acontecido em Itália. O Lecce jogava em transição e ele era obrigado a estar a jogar no seu meio-campo defensivo, agora, no Sporting, passa mais tempo no meio-campo ofensivo», começou por dizer.
Vidigal destaca a maturidade, inteligência e felicidade que Hjulmand tem demonstrado em campo: «Vejo-lhe margem de progressão. O jogador sente-se em casa, sente-se feliz, e isso é meio caminho andado para o sucesso. Apesar da idade, 24 anos, mostra grande maturidade em campo, até na abordagem ao julgado, e nisso não tenho dúvidas de que a passagem por Itália lhe deu essa qualidade. Faça-o com elevação, aproximação e respeito, sem braços no ar, com controle emocional, o que não está ao alcance de todos.
Sobre pontos a melhorar, Vidigal aconselha o médio a apostar mais no golo: «Pode evoluir na influência no resultado com golos. Já vimos que tem boa distância, é uma questão de subir no terreno.»
Há pouco mais de uma semana, na antevisão ao jogo com Raków, referente à Liga Europa, Rúben Amorim afirmou que via Hjulmand como «capitão, no futuro pode ser um dos líderes do Sporting». Vidigal corrobora essa opinião: «Se ele foi capitão em Itália, e sei bem quão difícil é, porque também fui, entendo e concordo Rúben Amorim. Tem mostrado um perfil com sinais de liderança, caráter e sabedoria, vejo-o como futuro capitão, um bom sucessor do atual. Está numa fase ascendente, aquilo que é o seu conhecimento da equipe e, claro, quanto maior é o entrosamento maior é o à-vontade. É, sem dúvida, um jogador a seguir com atenção.»
8 novembro 2023, 21:53
Tudo o que disse Rúben Amorim antes do jogo com o Raków
Treinador dos leões destacou a importância do duelo com os polacos que, para já, o coloca em maior plano de importância do que o duelo do próximo domingo com o rival Benfica