Sporting: Morita faz quase 30 mil quilómetros em 11 dias
Médio mais uma vez sacrificado com viagens: joga na Arábia Saudita e no Japão. Na época passada foi o 9.º jogador que alinha na Europa que mais viajou em jogos internacionais: 142 mil quilómetros em 186 horas! Franco Israel e Maxi Araújo têm último jogo pelo Uruguaio no dia 16, dois antes dos leões jogarem com o Portimonense na Taça de Portugal
Em distância, Hidemasa Morita vai fazer em 11 dias quase 30 mil quilómetros para jogar pela seleção do Japão. Bom sinal para o Sporting porque significa que o rendimento desportivo do jogador está a dar frutos, tanto que é presença indiscutível na equipa nipónica, mau sinal no entanto porque significa desgaste extra: mais dois jogos e mais três viagens longas que depois têm peso, como já alertou Rúben Amorim.
Mas esta é apenas mais uma jornada internacional desgastante para o japonês, que em 2023/2024 integrou o top 10 dos jogadores que jogam na Europa e que mais viajaram para jogos internacionais — no caso do leão dava para dar três voltas e meia ao planeta Terra!
Segundo o Relatório de Monitorização da Carga de Trabalho do Jogador 2024 — Excesso de Carga de Trabalho: Desempenho, Recuperação e Saúde do Jogador, da FIFPRO e baseado em dados que analisam a carga de trabalho excessiva dos futebolistas em todo o mundo durante a época 2023/24, Morita foi o 9.º futebolista de clubes europeus que mais desgaste teve: convocado para 28 viagens, fez 142,320 quilómetros, passou 186 horas a viajar. Tendo em conta que o perímetro da Terra é de 40 mil quilómetros, Morita, na temporada passada, deu um bocadinho mais do que três voltas e meia ao planeta, um desgaste que se nota depois nos jogos a seguir às seleções.
«O que há com o Morita é que o futebol é tão rápido hoje em dia que passamos de um bom para um mau momento. Com o FC Porto, o Morita esteve muito, muito bem, com o Farense para mim foi o melhor em campo e depois houve seleções. Ele faz as viagens, muda a vida dele, o fuso horário… Ele faz um jogo, viaja para outro sítio qualquer, tem jogo e viaja outra vez para cá, quando chega quase não tem tempo de se adaptar. Ele não sairia do jogo com o Lille se não tivesse amarelo, mas ainda não o sinto claramente fresco e ele precisa disso. Morita não está num momento abaixo, tem é um contexto diferente. Era se calhar o nosso jogador mais em forma há umas semanas. O que aconteceu é o que acontece quase sempre que ele vai à seleção, demora algum tempo a adaptar-se à vida normal», explicou Rúben Amorim no dia 21 de setembro, antes do jogo com o Aves SAD.
Ora o treinador do Sporting sabe que vai repetir-se agora mais um destes ciclos. O médio de 29 anos já viajou para Jeddah, na Arábia Saudita, onde a seleção do Japão se encontra e joga na quinta-feira, na qualificação para o Mundial de 2026. Uma viagem de 7200 quilómetros, a que se junta outra de 9500 quilómetros para Saitama, no Japão, onde a seleção nipónica recebe a Austrália de hoje a oito dias. Depois, 11.120 quilómetros para regressar a Lisboa, para um total de 27.820 quilómetros, quase 30 mil para representar o país...
Uruguaios são os últimos a jogar
Se Hidemasa Morita está então no 9.º lugar dos jogadores que alinham na Europa que mais viajaram para compromissos internacionais, a tabela é liderada por um sul-americano, o argentino Cristián Romero, defesa do Tottenham que em 2023/2024 fez 25 viagens para esses compromissos, passou 211 horas a viajar e percorreu 162,978 quilómetros. No top-10 constam nove sul-americanos (só Morita quebra esta tendência) e são precisamente os dois uruguaios do plantel leonino que nesta janela de seleções mais tarde saem de cena. Se Israel e Maxi jogam no sábado com o Peru, na zona sul-americana de qualificação para o Campeonato do Mundo, defrontam o Equador no dia 16, dois antes do jogo do Sporting com o Portimonense, no Algarve, para a Taça de Portugal. Chegam em cima do jogo...