Sporting: «A nível ofensivo, Maxi Araújo é um jogador muito rápido»

Renato Paiva treinou o reforço leonino no Toluca e faz um raio-x do uruguaio. Destaca polivalência e empenho, mas aponta algumas lacunas. Já fez exames médicos, hoje deve ser oficializado em Alvalade

Maxi Araújo vai ser o terceiro reforço leonino versão 2024/2025, depois das contratações do guarda-redes Kovacevic e do central Debast. A BOLA falou com Renato Paiva que, em exclusivo, traçou o perfil do jogador com quem trabalhou no Toluca, do México.

«A nível ofensivo é muito rápido, incisivo, vertical, joga melhor por fora do que por dentro, até porque Biesla na seleção [do Uruguai] utiliza-o por fora num 4x3x3 como extremo aberto. No Toluca começou a ser utilizado por dentro porque os nossos laterais são os que dão largura ao jogo, para também aproveitarmos outra característica muito boa dele: a finalização. Defensivamente precisa de alguns conceitos posicionais, utilizámo-lo primeiro como lateral, num sistema de três centrais, igual ao de Amorim. Esta época com a chegada do Jesús Gallardo, que é lateral, já pensávamos pôr o Maxi a extremo. É um jogador agressivo defensivamente no um contra um, em relação à perda é intenso, mas posicionalmente necessita de melhorar alguns conceitos», realçou.

DETALHE TÁTICO PARA APRIMORAR

Questionado sobre se Maxi Araújo está preparado para o desafio, o treinador não hesitou: «Em termos gerais está, em termos de detalhe tático não.»

Justificando de seguida. «Primeiro vai mudar de treinador, cada um tem os seus conceitos. O Maxi pode chegar ao Sporting e começar a jogar, mas os conceitos que precisa de dominar com as ideias do Amorim... acho que se começar a jogar já vai ter de os entender gradualmente, enquanto treina e joga. O jogador sul-americano quando chega à Europa não está preparado, porque aqui as questões táticas não são tão valorizadas, vive-se muito do talento individual do jogador e se é um jogador mais ofensivo, que não tem muitas tarefas defensivas, tudo OK, mas se vai ser utilizado como defesa-esquerdo numa linha de três centrais vai ter de perceber as coisas de linha defensiva, a inserção, o fechar por dentro. Apesar de termos trabalhado isso aqui, acredito que o Rúben terá ideia diferente e acho que vai ter um bocadinho de trabalho a ensinar o Maxi, é um miúdo resiliente, gosta de aprender, de ouvir e acredito que essa adaptação até acabe por ser rápida», destacou.

CAPACIDADE DE FINALIZAÇÃO

Quanto ao que Amorim pode explorar no jogador, Renato Paiva é claro. «Se o utilizar como defesa-esquerdo numa linha de três, pode explorar a velocidade. Na seleção está habituado a jogar aberto junto à linha e os laterais do Amorim são jogadores de linha, que também dão largura ao jogo, e pode aproveitar essas características ofensivas que o Maxi tem na seleção: é aparecer no processo ofensivo vindo de trás, não é já estar mais adiantado à espera da bola, como um extremo, tem de participar na fase de construção, mas aproveitando as questões de largura. É um jogador que vai ter mais espaço para o um contra um ofensivo, para o cruzamento, até para alguma entrada na área para questões de finalização. O Rúben se o contratou é porque lhe vê muitíssima qualidade e características que encaixam no seu jogo», disse Renato Paiva.

O treinador português do Toluca revelou, ainda, os conselhos que deu ao jogador: «Para se preparar a nível mental, que vai para um grande de Portugal, a exigência é enorme, a saber ouvir e concentrar-se nas tarefas e que se as coisas correrem bem ou mal vão ter impacto muito grande no seu dia a dia, que vai trabalhar com um treinador extraordinário e que pode contar comigo para o que precisar.»

Refira-se que durante o dia de ontem Maxi Araújo submeteu-se a exames médicos antes de assinar contrato de cinco épocas, sendo que nesta terça-feira deverá ser oficializado como leão.