Manu (que golaço!) e Tiago (quanta criatividade!) abriram parceria que contou com os investimentos de Mangas e Arcanjo. Domínio vitoriano foi avassalador. Venha de lá esse play-off!
«Três vezes nove, 27, noves fora, nada». Esta era uma expressão muito utilizada em tempos idos, nomeadamente no pequeno comércio que havia antigamente. O mundo evoluiu, as sociedades modernizaram-se e a economia, claro está, não pára. Mas podemos agarrar-nos à força dos números para analisarmos este (duplo) duelo entre Vitória e Zurique para (facilmente) concluirmos que, no que concerne ao capítulo futebolístico – e apenas isso… -, o sistema financeiro português está (bem) mais sustentado do que o suíço.
E já depois de uma primeira mão em que ficou totalmente claro que o poder de compra dos lusos era bastante superior ao dos helvéticos, a partida de ontem apenas reforçou o óbvio: o Vitória era (e é) muito mais equipa que o Zurique e o resultado peca apenas… por escasso.
Mas, contas feitas, o 5-0 na eliminatória fez jus ao investimento. Os conquistadores tiveram (e têm) ativos muito mais valiosos – continue a entender-se a metáfora económica – para seguirem em frente nesta Liga Conferência.
Depois do conforto traduzido da Suíça, onde o banco nem precisou de ser arrombado para que o conjunto de Rui Borges de lá regressasse com o saco cheio (3-0), o jogo em Portugal era apenas uma formalidade. Era preciso jogar, logicamente, os treinadores até nem gostam deste tipo de expressão (o que se percebe), mas a verdade é que a supremacia minhota é de tal forma indiscutível que nem o menos otimista dos adeptos vimaranenses poderia ousar colocar em causa a passagem do Vitória.
Conquistadores passearam classe na Suiça e triunfo garante praticamente o apuramento para o 'play-off'. Nélson Oliveira marcou um golo… e meio, Nuno Santos destacou-se nas assistências: dois suplentes de luxo
É certo que o D. Afonso Henriques não viu golos em toda a primeira parte, mas também não é menos verdade que saber controlar também é uma arte. E a formação lusa dominou por completo e até foi criando algumas situações de finalização. Nuno Santos, João Mendes e Nélson Oliveira tiveram o cartão na mão para efetuarem a compra, mas a máquina não estava a ler corretamente o código de barras. Mas era uma questão de tempo para que o aparelho eletrónico acendesse a luz verde e a transação fosse concluída com sucesso…
O primeiro recibo de pagamento surgiria aos 58 minutos, com Manu Silva a forçar o bom funcionamento da máquina: assistência de Tiago Silva – que pouco antes tinha ameaçado ser o assaltante do cofre-forte suíço, com um belo remate para defesa de Yanick Brecher – e tiro de primeira de Manu Silva para a compra definitiva do bilhete para o play-off. Foi, portanto, a sociedade Silva e Silva que patrocinou a viagem.
Mas a parceria foi de tal forma consolidada que mereceu a aposta de outros investidores para o reforço de capital. Ricardo Mangas continuou com as suas diabruras à esquerda e Chuchu Ramírez, acabado de entrar, também quis contribuir. O ponta de lança venezuelano não conseguiu levantar dinheiro porque o guarda-redes contrário não quis ser intermediário de crédito, mas, na recarga, Telmo Arcanjo teve toda a documentação em dia para abrir conta.
Estava selada a transferência e o Vitória tirou bilhete para a Bósnia, onde irá defrontar o Zrinjski Mostar, na segunda mão do play-off. Antes disso, há o primeiro jogo em Guimarães, já na próxima quinta-feira. E pelo meio, Estoril e Aves SAD, para a Liga.