«Sentimos o orgulho e o prazer das vitórias à Benfica»
No fim do jogo com o Gil Vicente, sob a liderança de Luisão, a equipa, com Artur Moraes à direita, reuniu-se no relvado para celebrar. «Foi mais importante vencer assim do que se tivesse sido goleada», disse Jesus. Foto: Sérgio Miguel Santos

«Sentimos o orgulho e o prazer das vitórias à Benfica»

NACIONAL15.08.202417:20

Artur Moraes recua 11 anos para recordar triunfo sobre o Gil Vicente com reviravolta no marcador no tempo de compensação. Como agora, equipa acabara mal época anterior e começara a Liga com derrota

Completam-se 13 anos a 25 de agosto daquela que foi, provavelmente, uma das mais importantes vitórias do Benfica neste século. Não permitiu festejar qualquer troféu e talvez alguns benfiquistas tenham de puxar pela memória para se lembrar dela. Quem viveu tudo por dentro não se esquece.

O final da época 2012/13 tinha sido traumático. O Benfica perdeu o título para o FC Porto no Dragão, com um golo de Kelvin (1-2) aos 90+2', quatro dias depois foi derrotado pelo Chelsea (1-2) aos 90+3', na final da Liga Europa, em Amesterdão, e acabou a época com novo desaire (também por 1-2) contra o V. Guimarães, na final da Taça de Portugal, e com um episódio de indisciplina (Cardozo empurrou Jorge Jesus depois do fim do jogo).

Férias passadas e arrancou o campeonato derrota no Funchal com o Marítimo, por 1-2, e recebeu o Gil Vicente na segunda jornada. Até aos 90+2' estava a perder por 0-1 e o céu, naquela tarde de agosto, parecia que iria mesmo cair sobre a cabeça dos jogadores.

«Foi uma semana difícil», começa por recordar Artur Moraes, então dono da baliza das águias. «Não arrancámos bem, mas tínhamos a convicção de que conseguiríamos a primeira vitória na Luz. No início, as coisas não correram bem, mas continuámos a acreditar e a paixão da Luz e de Jorge Jesus passou para o campo. E mesmo no final Markovic e Lima marcaram os golos», lembra Artur Moraes.

Lima cabeceia para o golo da vitória sobre o Gil Vicente. Foto: António Azevedo

Quando Diogo Viana marcou aos 69', depois de um erro de Maxi Pereira, os jogadores ficaram «preocupados», naqueles momentos foram dominados pela ideia de que «aqueles momentos ruins da má fase não tinham passado». «É logo a primeira coisa que pensamos. Que não vamos conseguir. Depois, é continuar a jogar. Quem joga no Benfica tem de estar pronto para tudo. Quando sofria os golos queria sempre colocar a bola ao centro o mais depressa possível. E, depois, foi uma grande vitória. Sentimos o orgulho e o prazer das vitórias à Benfica», partilha.

Havia, no fundo, motivos para acreditar que o futuro poderia ser risonho. «A equipa era praticamente a mesma, com o mesmo treinador. Não foi por falta de qualidade que nada conquistámos na temporada anterior. A equipa jogava bem, foram acidentes. Sentimos estabilidade e segurança. Estávamos no caminho certo e era uma questão de tempo até conquistarmos troféus. No futebol é preciso tempo, as equipas não se constroem de um dia para outro. Demora fazer grupos vencedores. É disso que mais me lembro», argumenta, recordando um grupo com «qualidade técnica muito forte» e com «personalidade e caráter».

O Benfica seria campeão e conquistaria também a Taça de Portugal e a Taça da Liga. Na perspetiva dos encarnados, talvez esse jogo possa servir de inspiração para amanhã, na receção ao Casa Pia, depois da derrota com o Famalicão (0-2), na primeira jornada desta época.

Rúben Amorim não foi utilizado por Jesus mas entrou na festa final. Foto: António Azevedo

Rúben Amorim na festa

Rúben Amorim viveu por dentro a vitória do Benfica sobre o Gil Vicente na segunda jornada do campeonato de 2013/2014. Fora titular na primeira ronda com o Marítimo (0-1), mas acabou substituído por Jorge Jesus ao intervalo, por Rodrigo. Naquela tarde com os minhotos não foi utilizado. Não deixou, porém, de entrar em campo para festejar o golo da vitória de Lima, aos 90+3'. Nessa época, Rúben Amorim foi utilizado em 37 jogos (21 como titular) e somou oito asistências.

Cardozo empurrou Jesus no final da Taça de Portugal com o V. Guimarães. Foto: Rui Raimundo

Jesus, Cardozo, amor...

A época 2012/2013 acabou com a derrota na final da Taça de Portugal com o V. Guimarães e um incidente disciplinar. Óscar Cardozo, no fim do jogo, empurrou e apontou o dedo a Jorge Jesus. Respondeu a processo disciplinar e não estava disponível com o Gil Vicente, por ter começado a época mais tarde, depois de estar ao serviço das seleções. «Cardozo não foi marginalizado, não se lhe pode dar dois pontapés», disse Vieira antes do jogo. No final da partida com os minhotos, Jesus falou do incidente: «Todos temos defeitos e o treinador pode ter um ou outro problema ou desacordo com um jogador. Mas isso também acontece com os nossos filhos e não deixamos de amá-los.»

Transmissão TV histórica

O jogo entre Benfica e Gil Vicente a 25 de agosto de 2013 foi o primeiro com transmissão direta da Benfica TV. Benfica. Depois de acabar o contrato com a Olivedesportos o Benfica passou a gerir os direitos de transmissão televisiva dos seus jogos. O canal passou a ser pago a partir de 1 de julho de 2013 e tinha, na altura da partida com os minhotos, 150 mil assinantes.

3 troféus e final europeia

Depois do mau arranque na primeira jornada do campeonato da época 2013/14, derrota com o Marítimo (1-2) no Funchal, o Benfica arrancou para uma das melhores épocas de sempre. Conquistou o campeonato, a Taça de Portugal e a Taça da Liga. Chegou novamente à final da Liga Europa, que perdeu nos penáltis, em Turim, com o Sevilha (0-0 e 2-4 g.p.).

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