«Se eu não fui sempre educado, os árbitros também não»

FIFA «Se eu não fui sempre educado, os árbitros também não»

INTERNACIONAL12.05.202311:45

A antiga estrela do futebol mundial Thierry Henry apresentou em programa televisivo americano da CBS cinco ideias que, de acordo com o próprio, iriam melhorar a qualidade do jogo.


O francês, agora com 45 anos, inspirou-se no râguebi para punir equipas pouco ambiciosas. «Quando uma equipa se recusa a jogar, como limitar-se a trocar a bola ou atirá-la para fora, o árbitro deveria assinalar livre a 25 metros da baliza, com a equipa beneficiada a escolher o local da marcação. Vai obrigar a equipa a jogar», defende o ex-adjunto de Roberto Martínez (selecionador de Portugal) na equipa nacional da Bélgica.


Como antigo avançado, Henry privilegia o futebol de ataque. «Um ponto extra para uma equipa que marque, pelo menos, três golos num jogo, independentemente do resultado.» E cita o exemplo do Leicester, que marcou três golos ao Fulham, de Marco Silva, mas acabou derrotado por 3-5, na última jornada da Premier League.


A terceira alteração que sugere prende-se com os árbitros. Propõe que utilizem um microfone nos jogos e, depois, participem nas conferências de imprensa. «Quero entender o que dizem. Se eu não fui sempre educado, os árbitros também não. Expliquem os erros ou o que fazem certo. O que me enervava era quando eu não tinha explicações e eles escondiam-se», lembra o campeão do mundo de 1998 (51 golos em 123 internacionalizações pelos bleus).


 A quarta situação relaciona-se com a política de contratações. A ideia apresentada é que os agentes desportivos trabalhem mais antes de apostar num jogador. Thierry Henry utilizou o exemplo do basquetebol, recordando que o treinador Gregg Popovitch passou 15 dias nas Ilhas Virgens para ter a certeza de que Tim Duncan seria o reforço ideal para os Spurs: «Ninguém compra uma casa sem a conhecer. Visita-a de manhã, de tarde, presta atenção ao barulho. Já vi muitos jogadores chegarem a um lugar sem que alguém saiba se iriam conseguir adaptar-se.»


Por último, o francês argumenta que quando um jogador lesionado está a ser assistido fora de campo a respetiva equipa deveria ter direito a uma substituição temporária. «Daria ao médico tempo para tomar a decisão certa enquanto o jogo estaria a decorrer.»