Sandra Ferreira: «O meu pai faz muita falta»
Filha mais nova de Eusébio abriu o coração a A BOLA para recordar dez anos sobre o desaparecimento da maior figura da história do Benfica
Sandra Ferreira, a filha mais nova de Eusébio, aceitou amavelmente o convite de A BOLA para assinalar a passagem de primeira década sobre o desaparecimento da maior figura de sempre do Benfica.
«Na realidade, 10 anos é apenas um número, uma questão de ausência física, pois o meu pai nunca deixou de estar connosco, de estar sempre presente dentro de todos nós, na família, nos amigos, nas pessoas com quem tenho mais contacto. E também para a enorme comunidade de benfiquistas está muito presente», explicou.
Sandra, 54 anos, irmã de Carla Ferreira, de 55 anos, resumiu numa curta frase o misto de emoções que partilhava na conversa connosco: «O meu pai faz muita falta, temos cada vez mais saudades dele, parece que partiu o ano passado.»
Flora, a mãe de Sandra e Carla, a mulher e companheira de uma vida de Eusébio, preferiu preservar-se neste momento particularmente doloroso para a família, Sandra assumiu, pois, a responsabilidade de recordar publicamente o pai e deu conta de como lida quase diariamente com a herança humana e desportiva que o King, como era carinhosamente tratado, deixou nas pessoas.
«Mesmo com os anos a passar, cruzo-me frequentemente com pessoas que não conheço e que me contam histórias dele, de que ele continua muito presente nas suas vidas. Dá para entender que não é apenas quando vamos ao Estádio da Luz e vemos a estátua que nos lembramos dele», observou.
Faça chuva ou faça sol, haja jogo no estádio ou não, lá estão as pessoas a fazer vídeos e a tirar fotos. A estátua é também uma forma de o recordarmos, mesmo sendo algo material
«A estátua, todavia, é também uma forma de o recordarmos, mesmo sendo algo material», acrescenta Sandra Ferreira. «Faça chuva ou faça sol, haja jogo no estádio ou não, lá estão as pessoas a fazer vídeos e a tirar fotos, acho que o meu pai vai ser sempre recordado como um ícone do Benfica e da Seleção Nacional.»
E concluiu, com um sorriso: «Apesar de vivermos hoje uma época global e tecnológica, de redes sociais, que têm muito peso, a geração mais nova ligada ao Benfica sabe quem foi o meu pai. Ele até aparece muito nas cartas digitais. E tem uma carta muito valiosa.»