Samu Omorodion, o 5.º campeão olímpico a marcar pelo FC Porto
Pablo Barrios, Alejandro Iturbe e Samu Omorodion com a medalha de ouro dos Jogos de Paris (IMAGO)

Samu Omorodion, o 5.º campeão olímpico a marcar pelo FC Porto

NACIONAL17.09.202406:00

Avançado recebeu medalha de ouro em Paris 2024, após vitória na final sobre a França (5-3)

Samu Omorodion tornou-se, frente ao Farense, no quinto campeão olímpico a marcar pelo FC Porto, depois de Lucho González, Mariano González, Hector Herrera e Diego Reyes. Dois argentinos, dois mexicanos e um espanhol. Só o brasileiro Felipe Anderson não chegou aos golos.

A glória máxima para um futebolista será vencer um Campeonato do Mundo. Houve até agora sete jogadores que, já como campeões do Mundo, representaram clubes portugueses: Polga (2002/Sporting), Capdevilla (2010/Benfica), Iker Casillas (2010/FC  Porto), Draxler (2014/Benfica), Enzo Fernández (2022/Benfica), Otamendi (2022/Benfica) e Di María (2022/Benfica). O argentino Acuña, os brasileiros Aldair, Edílson, Ricardo Rocha e Branco e o espanhol Marchena jogaram em Portugal antes de se sagrarem campeões do Mundo.

Outra glória, quase máxima, será ser campeão olímpico. Houve até agora 16 futebolistas que atuaram em Portugal tendo uma medalha de ouro olímpica no currículo. O primeiro foi Emmanuel Amunike, nigeriano do Sporting e campeão olímpico em Atlanta 1996; o último é Samu Omorodion, espanhol do FC Porto e ouro em Paris 2024.

O FC Porto é, aliás, o clube português com mais atração por campeões olímpicos. Além de Omorodion, há mais cinco: Lucho González, Mariano González, Hector Herrera, Diego Reyes e Felipe Anderson. Todos campeões nacionais menos Anderson e, claro, Omorodion.

O primeiro a chegar ao FC Porto de ouro ao peito foi o médio argentino Lucho González, vindo do River Plate. Sagrou-se campeão olímpico em Atenas, em 2004, ao lado de Saviola, Mascherano ou Tevez, numa seleção treinada por Marcelo Bielsa. Um ano depois, em 2005, Lucho chegou ao FC Porto. Ficaria quatro temporadas e, mais tarde, entre 2011 e 2014, outras três. Sairia para o Marselha e depois para o Al Rayyan. Venceu seis Ligas, duas Taças de Portugal e duas Supertaças Cândido de Oliveira.

Dois anos depois, em 2007, chegou ao FC Porto outro argentino: o extremo Mariano González, também ele campeão olímpico em 2004, ao lado de Lucho. Chegou vindo dos italianos do Inter e saiu para os argentinos do Estudiantes. Pelo meio, quatro temporadas de dragão ao peito e com oito troféus no bolso: três Ligas, três Taças de Portugal, uma Supertaça Cândido de Oliveira e uma Liga Europa.

Mariano González e Lucho González, em baixo ao centro (IMAGO)

Mais tarde, em 2013, um ano depois de se ter sagrado campeão olímpico no Rio de Janeiro 2012, chegou ao FC Porto o médio mexicano Hector Herrera, vindo do Pachuca. Ficou seis temporadas no Dragão e, quando saiu para o Atlético Madrid, levou com ele uma Liga e duas Supertaças Cândido de Oliveira.

Diego Reyes, outro mexicano, chegou também em 2013 ao FC Porto e também de ouro ao peito (Rio de Janeiro 2012). Veio do América e, jogando pouco, ainda venceu a Liga 2017/2018, saindo depois para a Real Sociedad por empréstimo em 2015/2016 e mais tarde, em definitivo, para o Leganés.

Por fim, o extremo brasileiro Felipe Anderson, campeão olímpico em 2016. Esteve no FC Porto em 2020/2021 (10 jogos, 0 golos), por empréstimo do West Ham. Nada ganhou nessa temporada. Agora é a vez de Omorodion.

Felipe Anderson foi campeão olímpico em 2016 (IMAGO)

Nenhum destes cinco jogadores do FC Porto foi, porém, o primeiro campeão olímpico a jogar em Portugal. Esse foi o extremo nigeriano Emmanuel Amunike, vindo do Zamalek. Estava no Sporting quando foi para Atlanta, nos Estados Unidos, participar nos Jogos Olímpicos de 1996, ao lado de craques como Kanu, Okocha, Ikpeba, Oliseh ou West. Regressou com ouro no peito.

Seguiu-se o atacante camaronês Albert Meyong, vindo do Ravenna. Campeão olímpico em Sidney, em 2000, juntamente com Samuel Eto’o. Meyong chegou para o V. Setúbal logo em 2000, ficando até 2005. Na época seguinte representou o Belenenses, entre 2008 e 2011 esteve no SC Braga e em 2012/2013 e 2016/2017 voltou a Setúbal. Terminou a carreira em 2020/2021, com 40 anos, ao serviço do Comércio e Indústria. Ganhou a Taça de Portugal de 2004/2005 pelo V. Setúbal e a Taça Intertoto de 2008 pelo SC Braga.

Nigeriano Amunike jogava no Sporting quando foi campeão olímpico em 1996 (IMAGO)

Também em 2004, chegou a Portugal o mais desconhecido dos campeões olímpicos que por cá passaram: Clément Beaud, médio camaronês. Começou por jogar na Académica e, até 2013, jogou ainda no Moreirense, Esmoriz, Académico Viseu, Penalva do Castelo, Operário, Cinfães, Lamego e Vitória Sernache.

Garba Lawal, médio campeão olímpico pela Nigéria em 1996, também veio para Portugal em 2004 para representar o Santa Clara, vindo dos suecos do Elfsborg.

O extremo Di María chegou ao Benfica em 2007 e seria campeão olímpico no ano seguinte, em Pequim, ao lado de Ezequiel Garay e Messi, por exemplo. Nessa primeira passagem pelo Benfica, entre 2007 e 2010, ganhou duas Taças da Liga e uma Liga. Agora, juntou-lhes uma Supertaça. É o único campeão do Mundo e olímpico que jogou e joga em Portugal.

O atacante argentino Saviola chegou ao Benfica em 2009, dois anos depois de Di María e campeão olímpico em 2004 com Lucho González, Mariano González, Javier Mascherano e Carlitos Tevez, entre outros. No Benfica, ganhou uma Liga e três Taças da Liga, entre 2009 e 2012.

O defesa argentino Garay, campeão olímpico em 2008, apanhou Saviola no Benfica, mas já não se cruzou com Di María. Ganhou uma Liga, uma Taça de Portugal e duas Taças da Liga, entre 2011 e 2014.

Sete anos depois de Ezequiel Garay, foi a vez do avançado mexicano Raul Jiménez, vindo do Atlético Madrid, vestir a camisola do Benfica. Foi campeão olímpico em 2012, com Hector Herrera e Diego Reyes. Ganhou duas Ligas, uma Taça de Portugal, uma Taça da Liga e duas Supertaças Cândido de Oliveira, entre 2015 e 2018.

Seleção do Brasil, com Gabriel Barbosa, Felipe Anderson e Diego Carlos, campeã olímpica em 2016 (IMAGO)

O defesa-central Diego Carlos, medalha de ouro em 2016, jogou no Estoril em 2014/2015 e no FC Porto B em 2015/2016, sem grande sucesso. Nada ganhou em Portugal.

O avançado brasileiro Gabriel Barbosa chegou ao Benfica no verão de 2017. Teve passagem efémera pelo Benfica em 2017/2018 (5 jogos, 1 golo), um ano depois de se ter sagrado campeão olímpico no Brasil de 2016, ao lado, por exemplo, de Neymar, Gabriel Jesus ou Felipe Anderson.

O avançado espanhol Samuel Omorodion é, pois, o último campeão olímpico a jogar em Portugal. Estava no Alavés, por empréstimo do Atlético Madrid, quando se sagrou campeão olímpico em Paris 2024, assinando, pouco depois, pelos dragões. E já marcou pelo FC Porto…

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