Sporting Rúben Amorim formata o leão 2023/24 com plano alternativo

Há quem aponte o dedo à previsibilidade para os adversários. Outros criticam a ausência de alternativas. De uma equipa refém de armadilhas táticas capaz de surpreender com um plano B. O muito ruído, esse, - que surge quase sempre após um desaire do leão - nunca abalou as convicções de Rúben Amorim. Que criou uma identidade de equipa nos últimos dois anos e meio e fidelizou um sistema que se mantém, ano após ano, cada vez mais sólido e… inalterável. Falamos, obviamente, do 3x4x3 com o qual o leão aborda, literalmente, todos os jogos desde a chegada de Amorim. Qualquer que seja o adversário ou competição. Com alterações, sim, mas sempre centradas nas dinâmicas do jogador, ou seja, sem nunca beliscar ou adulterar a base tática que o jovem técnico, de 38 anos, idealizou quando abraçou a carreira de treinador.

Porém, após esta consistência num modelo no qual o leão já joga de olhos fechados, Rúben Amorim prepara-se para alargar horizontes e consolidar um plano alternativo. Sobretudo em momentos do jogo em que é necessária maior dose de risco. Uma fórmula que, olhando para o passado recente, tem-se concretizado com a subida de Coates para o ataque. Uma solução que, convém lembrar, já causou alguns dissabores esta época e sem efeitos práticos e... decisivos.

Seguindo esta linha, cortando um pouco com o passado - e sem nunca abdicar do seu 3x4x3 - Rúben Amorim já definiu o seu plano alternativo: 4x4x2. E que vem sendo trabalhado, a espaços, esta temporada.  Não só em treino, mas também em jogo, como aconteceu, aliás, na vitória em Paços de Ferreira na qual o técnico aproveitou para testar e dar alguns minutos a um sistema com dois avançados (Paulinho/Chermiti) e um linha de quatro defesas, algo que até já sido testado esta época, mas que o técnico pretende, agora, consolidar no futuro.

Polivalência como trunfo
O treinador, que admitiu publicamente que pretende utilizar estas últimas jornadas para realizar algumas experiências tendo em vista a próxima temporada, está, assim, empenhado em dar rotinas a uma nova estrutura, sem nunca, porém, perder as dinâmicas individuais de todo o plantel. A polivalência é uma das características do plantel que Rúben Amorim quer manter, ou seja, ter um jogador capaz de ocupar várias posições no campo, conforme as necessidades da equipa.

Certo é que para trabalhar este novo leão, Amorim precisa, também de reequilibrar o plantel. Nomeadamente com mais opções de ataque. Uma tática que obriga a dois avançados, precisamente aqueles que o técnico teve à disposição... toda a temporada. Nesse sentido, a chegada de mais um elemento de ataque, tal como A BOLA já tinha dado conta, está também ligada a um plano alternativo que Amorim tem (e vai...) trabalhar nos próximos meses.