ANTEVISÃO Roménia-Ucrânia: um duelo nunca antes visto
Romenos, que voltam à prova depois de falharem a edição de 2020, e ucranianos (do benfiquista Anatoliy Trubin), que participam pela quarta vez consecutiva na prova, somam apenas particulares no histórico de confrontos
Roménia e Ucrânia defrontam-se esta segunda-feira, na Allianz Arena, em Munique, em jogo da 1.ª jornada do Grupo E do Euro 2024. Este é o primeiro encontro oficial entre as duas seleções.
As duas equipas já se defrontaram por seis vezes, mas todos os jogos foram de cariz particular. Nessa contagem, ligeira vantagem para a Roménia: três vitórias contra duas (além de um empate).
Os romenos, liderados por Edward Iordanescu, voltam a marcar presença na fase final do torneio após terem falhado o último Europeu, já os ucranianos, comandados por Serhiy Rebrov, marcam a quarta presença consecutiva na prova. Tanto num como noutro caso, o ponto alto na competição foi chegar aos quartos de final.
Esta é a primeira vez que Edward Iordanescu e Serhiy Rebrov lideram uma seleção num grande torneio, com destaque para o romeno, que será o primeiro selecionador daquele país a disputar um Euro desde o seu pai, Anghel (2016).
Roménia
A seleção dos Cárpatos quer repetir o percurso invicto no apuramento, que culminou na liderança do Grupo I, à frente da Suíça: seis vitórias, quatro empates e zero derrotas no caminho para a Alemanha (Isto porque os particulares que se seguiram foram para esquecer: empates com Irlanda do Norte, Bulgária e Liechtenstein e derrota com a Colômbia.)
A equipa marcou 16 golos nos 10 jogos de qualificação para o Campeonato da Europa e apenas sofreu cinco, revelador de um dos principais argumentos da Roménia para esta competição: a solidez defensiva.
Em destaque na Roménia: Radu Dragusin
Central de 22 anos é o mais novo dos eleitos de Iordanescu e a figura maior desta seleção, pela qual soma 17 internacionalizações. Formado na Juventus, o defesa de 1,91 metros tornou-se o jogador romeno mais caro de sempre quando trocou o Génova pelo Tottenham num negócio de 31 milhões de euros e será um dos rostos da organização da equipa no setor mais recuado do terreno.
Onze provável: Moldovan, Andrei Ratiu, Radu Dragusin, Andrei Burca, Nicusor Bancu, Alexandru Cicaldau, Nicolae Stanciu, Marius Marin, Ianis Hagi, Denis Alibec e Florin Coman.
Edward Iordanescu, seleccionador da Roménia: «Estes são tempos únicos, maravilhosos, para os quais todos os treinadores se preparam, trabalham e sonham. É um sonho que se torna realidade: uma grande história termo-nos apurado depois de tanto tempo e queremos que esse momento dure tanto quanto possível. Depois de oito anos, estamos de volta à elite e é isso que queríamos. O treino tem sido complexo, com muito estudo, análise, muito trabalho, seriedade – e fomos capazes de montar uma grande equipa, uma equipa cheia de potencial.»
Ucrânia
Já a Ucrânia, que conta com o guarda-redes do Benfica Anatoliy Trubin (e com Roman Yaremchuk, antigo avançado das águias), não teve vida fácil para garantir presença na derradeira fase da prova, depois de ter ficado em terceiro lugar no Grupo C de qualificação para o Euro 2024, atrás de Inglaterra e Itália.
Os ucranianos apenas conseguiram o passaporte para a Alemanha no play-off, depois das vitórias, pelos mesmos números (2-1), sobre Bósnia-Herzegovina e Islândia. No último ensaio para a competição, a seleção goleou a Moldávia (4-0).
Em destaque na Ucrânia: Artem Dovbyk
Melhor marcador da La Liga em 2023/24, superando nomes como Bellingham, o ponta de lança do Girona assinou uma época incrível, coroada com 24 golos e 10 assistências em 39 jogos. Numa seleção com nomes de peso, como Mykhaylo Mudryk e Oleksandr Zinchenko, o avançado de 26 anos surge para a fase final do Euro no melhor momento de forma.
Onze provável: Andriy Lunin, Yukhym Konoplia, Illia Zabarnyi, Mykola Matvienko, Vitaliy Mykolenko, Volodymyr Brazhko, Viktor Tsygankov, Georgiy Sudakov, Ruslan Malinovskyi, Mykhaylo Mudryk e Artem Dovbyk.
Serhiy Rebrov, seleccionador da Ucrânia: «Penso que é muito importante para a Ucrânia estar neste palco. No nosso país, o futebol não vem apenas em primeiro lugar. Vivemos tempos difíceis, mas estar no relvado dá um enorme prazer aos jogadores. A Roménia tem estado muito bem recentemente. Tem alguns jogadores jovens muito bons. É claramente uma equipa que entende o que tem à sua disposição. Tem jogadores muito rápidos, o que basicamente os levou ao Euro 2024.»