ENTREVISTA A BOLA Renato Paiva: «Maxi Araújo é uma grande contratação do Sporting»
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— Maxi Araújo foi para o Sporting. Estava a ser integrado por Ruben Amorim e jogou algumas vezes. O que ainda não vimos de Maxi Araújo. E como é ele nos bastidores?
— O que ainda viram foi a regularidade. Quando o Maxi, e qualquer jogador, ainda mais os que têm qualidade, começar a jogar com regularidade começará a demonstrar todo o potencial. Ainda falta ao Maxi a tal questão da adaptação. É sempre difícil para quem vai daqui para a Europa, porque o cunho tático é muito forte, ainda mais o do Ruben. Já o preparámos aqui para isso. O nosso grande desafio é dar um maior cunho tático a um jogo que muitas vezes é anárquico, de ir e voltar e que se parte. Maxi jogou aqui como lateral-esquerdo e às vezes como extremo por fora quando jogámos com três centrais. Deu algum trabalho para o Maxi perceber os timings de incorporar o ataque, de regressar para incorporar a linha defensiva, o trabalho de linha defensiva, alinhamento, basculações. Isso tudo custou um bocadinho. Mas o que falta agora aí – não vou comentar por estar fora dessa realidade – é a regularidade. Precisa de regularidade – e havia o Nuno Santos que estava muito familiarizado com o que o Ruben queria – para verem um jogador com verticalidade, que mostrou no jogo com o City, em que faz o segundo golo do Sporting, é um jogador com golo, tem muito boa definição. Quando vi esse jogo fiquei extraordinariamente feliz pela evolução defensiva que começou aqui. Se virmos que Maxi apanhou Savinho pela frente… não digo que o meteu no bolso, não é fácil, mas ganhou-lhe grande parte dos duelos demonstra que está a caminhar para ser um jogador mais completo. É um jogador de cariz ofensivo e está a ganhar essa parte. Mantenho que o Sporting fez uma grande contratação. As pessoas precisam de um bocadinho de paciência para este tipo de jogadores. Mas quando começar a jogar com regularidade e agora a perceber as ideias do João [Pereira], do novo treinador, tenho a certeza de que será uma grande mais-valia para o Sporting.
— Continua a falar com ele?
— Sim, trocamos mensagens.
— Já lhe recomendou algum restaurante?
— Disse-lhe que podia ligar para tudo o que precisasse. O primeiro conselho… Ele estava na dúvida se iria viver na Expo, em Alcochete, perto da academia. Por aí falámos, também do impacto muito grande e de não poder ir a lado algum sem ser identificado e não ter ‘descanso’ para comer ou passear tranquilamente. Falámos das coisas de um clube grande, como o Sporting, a que ele tem de se habituar.
— Como é Maxi socialmente?
— É muito bom menino, já casado, com os pés bem assentes na terra, apesar de jovem. É muito divertido. Sabe ouvir e essa é a grande característica dos jogadores que vão chegar mais longe. Soube aprender, às vezes de forma mais dura pela sua teimosia, outras de forma mais tranquila pelo convencimento. Connosco o crescimento foi claro, aí também. É sinal de que é humilde, gosta de ouvir, de aprender, tem na cabeça o que quer, sempre melhorar a carreira e o passo para o Sporting foi muito grande.