Rafael Leão recorda Sporting: «Jorge Jesus não gostava de trabalhar com jovens»
Avançado do Milan recorda momentos mais difíceis, como saída do Sporting para o Lille
A terminar 2023, Rafael Leão fez um balanco de carreira e recordou, em entrevista ao canal Sky Itália, a altura em que percebeu que queria ser mesmo jogador de futebol, sublinhando quais as principais dificuldades que teve. As duas questões têm a mesma resposta: Sporting.
Se tivesse ficado em Portugal não teria me tornado no jogador que sou agora
«As duas coisas aconteceram no Sporting. Estava bem, treinava com a equipa principal, mas o treinador Jorge Jesus não gostava de trabalhar com jogadores jovens e por isso pensei que seria difícil vingar. Por estar a treinar bem, fui convocado para um jogo contra o FC Porto. Fui para o banco, já estava entusiasmado por estar com os ‘grandes’ porque era um jogo importante. A certa altura o nosso avançado lesionou-se [Doumbia] e o treinador disse-me para entrar. Não senti que estava pronto, mas ao mesmo tempo não estava nervoso, por isso pensei 'agora ou nunca'. Entrei, perdemos, mas marquei um golo e a partir daí pensei que poderia fazer algo importante», disse acerca da sua estreia em clássicos, aos 18 anos, em jogo disputado do Dragão na época 2017/18, com derrota por 1-2.
«No Lille, pensei que tinha feito a escolha errada»
E momentos de tristeza? «Sim, com algumas lesões e depois quando fui para França [rescindiu unilateralmente com o Sporting e assinou pelo Lille]. Língua nova, liga diferente, fui para lá a custo zero, havia duas pessoas falavam português, e fiquei cinco meses no banco. Lá pensei que tinha feito a escolha errada. Era muito jovem, não tinha a minha mãe e o meu pai comigo, vivia sozinho, mas isso fez-me crescer», explicou.
«Se tivesse ficado em Portugal não teria me tornado no jogador que sou agora. Digo às pessoas para nunca desistirem. Há cinco anos eu era um miúdo, joguei em França e hoje estou no Milan, um dos melhores clubes do mundo. Entrar em San Siro e vestir a camisa do Milan é sempre uma alegria.»
A entrevista decorreu num estúdio de gravações, pois para o jogador a música também é uma parte importante da sua vida. «Futebol e música são muito importantes para mim, são paixões que sempre cultivei ao longo do tempo. Adoro cantar, mas é algo que tenho feito recentemente, com a pandemia comecei a tentar e senti-me à vontade. Não falo muito, mas gosto de me expressar cantando. O futebol sempre esteve no meu destino, desde criança sonhei em ser jogador de futebol. Ainda sou jovem, mas se olhar para trás e pensar no que fiz fico feliz. Lembro-me muito bem da minha estreia como profissional no Sporting, foi um momento mágico porque a equipa daquela época não tinha muitos jovens, era um dos poucos.»