Quaresma elogia Sporting, Amorim e Viana: «Não cuspo no prato onde comi»

NACIONAL16.10.202422:21

Internacional português pede tempo para o 'novo FC Porto' e não dá como consumado o final de carreira, embora assuma estar desiludido com o futebol

Ricardo Quaresma não poupou elogios ao campeão e líder da Liga. O Rei das Trivelas fez questão de referir que o louvor ao Sporting não pode ficar limitado ao momento atual, mas entende que esta é a melhor versão do leão desde que Rúben Amorim é o treinador.

«O Sporting já vem a jogar bem desde que o Rúben entrou, mas, de todos os anos, este é o mais forte. Fico feliz por ver um clube português triunfar na Liga dos Campeões», disse o antigo jogador leonino.

«Desejo a melhor sorte do mundo ao Sporting. Foi lá que cresci, não tenho nada contra o Sporting, apesar de muitas pessoas pensarem isso. Não sei se é por assumir que sou portista. Não esqueço o Sporting e não cuspo no prato onde comi muitos anos. Desejo a melhor sorte do mundo ao Sporting. Que continue assim, que está muito bem», acrescentou o internacional português, que apadrinhou o lançamento de um novo hambúrguer de uma conhecida cadeia de restaurantes norte-americana.

Questionado sobre a transferência de Hugo Viana, diretor desportivo do Sporting, para o Manchester City, Quaresma respondeu que o antigo colega de equipa «merece estar a passar por esta fase boa da vida dele». «Um dos grandes objetivos dele era não acabar no Sporting, e tem um dos melhores clubes do mundo para mostrar o seu valor. É desejar-lhe boa sorte», reforçou.

Relativamente ao seu FC Porto, Ricardo defendeu que «é preciso muita paciência». «Os adeptos do FC Porto são diferentes, sabemos disso. São muito exigentes, mas é preciso dar tempo ao tempo. O André Villas-Boas entrou numa fase complicada, pouco a pouco está a começar a levantar o clube, e mesmo assim o FC Porto, com o plantel que tem, com aquilo que pode fazer, tem estado a lutar pelo título. Temos de estar orgulhos, como adeptos, e espero que voltem aos títulos o mais rapidamente possível», sustentou.

«O futebol anda a desiludir-me um bocado...»

Embora esteja afastado da competição desde 2022, Ricardo Quaresma não dá como consumado o final de carreira, embora assuma que a vida pessoal condicione um eventual regresso aos relvados. Isso e uma certa desilusão relativamente ao mundo em que fez carreira: «Eu continuo a ter propostas. Isso deixa-me feliz. É sinal de que as pessoas ainda acreditam que posso fazer alguma coisa, ajudar esses clubes. Mas quando estás sozinho é mais fácil decidires. Hoje em dia não posso decidir sozinho, tenho mulher e filhos, e penso neles também, pois são as pessoas mais importantes que tenho nesta vida. Tenho um filho que joga no Sporting, como sabem, e não posso prejudicar o sonho do meu filho. Já realizei os sonhos que tinha por realizar, e a prioridade agora são eles, é preciso pensar bem antes de fazer algo», justificou o internacional luso, de 41 anos, que garantiu que o «bichinho» continua presente. «Se bem que o futebol anda a desiludir-me um bocado, pois mudou muito, em muita coisa, e isso deixa-me um bocado triste», disse, antes de assumir o desejo de fazer um jogo de despedida num dos seus «dois amores»: FC Porto ou Besiktas.

Internacional A em 80 ocasiões, Quaresma comentou ainda o empate da Seleção Nacional na Escócia, assumindo que esperava mais. «Faltou intensidade. Por vezes temos de mudar um bocado o chip. Continuamos a ter grandes jogadores, uma Seleção fortíssima, e todos os portugueses acreditam na equipa», analisou.