Ilhas Faroé Proibido cuspir e assoar nas regras para o regresso
São apenas nove os casos ativos, num total de 185 contágios, e zero mortes. Com apenas 52 mil habitantes, espalhados por 18 ilhas, entre a Islândia e a Escócia, as Ilhas Féroe têm sido exemplo de sucesso no combate ao Covid-19. Daí que o futebol, esse, regresse já daqui a duas semanas.
No dia 9 de maio começa a primeira divisão, cuja primeira jornada, que devia ter sido jogada a 8 de março, nem sequer chegou a acontecer - ainda se ponderou, tal como em Portugal, jogar à porta fechada, mas a decisão passou mesmo pelo adiamento total.
Dia 16 será a vez de arrancar a segunda divisão, que ainda teve uma jornada realizada, e onde atua Rafael Veloso, guarda-redes português de 26 anos, em ano de estreia no 07 Vestur.
«Já estava a treinar no campo há algumas semanas mas apenas com o treinador e o meu outro colega guarda-redes. Agora, desde a passada segunda-feira, estamos a treinar normalmente, embora continuemos a ir equipados de casa, sem utilizar os balneários», explica Rafael Veloso a A BOLA.
Quando começar a competição, porém, as regras serão diferentes, e quase todas elas estão já a ser colocadas em prática nos treinos diários do 07 Vestur.
«Temos cartazes à porta do estádio, no balneário, espalhados pelos corredores, com todas as regras que foram decretadas pela federação. Temos de desinfetar as mãos antes e depois de cada treino, tal como nos jogos, e não há cumprimentos entre os jogadores. Mesmo eu, utilizando luvas, tenho de o fazer. Depois saio do treino, tenho de ir ao supermercado, volto a desinfetar antes e depois. Nunca lavei tanto as mãos na minha vida», confessa o guarda-redes português, antes de falar nas medidas mais… radicais na nova realidade do futebol nas Ilhas Feroé:
«Não se pode cuspir para o relvado nem se pode assoar. Cada jogador tem a sua garrafa de água pessoal. Temos também uma máquina, uma espécie de borrifador gigante, para desinfetar as bolas antes de entrarem no campo e que pode ser transportada para qualquer lado. Continuamos sem nos equiparmos no balneário, levamos tudo de casa, mas depois, quando for para o campeonato, seremos divididos por dois balneários, para sermos menos em cada um.»