Portugal com Marchão e hábito de vitória: «Como eu, felizmente há muitas assim»
Esquerdina assume bom momento que atravessa e enaltece a qualidade da equipa das Quinas; espera manter registo vitorioso frente à Irlanda do Norte e solidificar a liderança no grupo
A seleção nacional feminina cumpre, esta terça-feira, o segundo dia de concentração tendo em vista a preparação para os dois embates frente à Irlanda do Norte, esta sexta-feira, em Leiria, e na terça-feira seguinte, em solo irlandês, pela Liga B da Liga das Nações e simultaneamente a fase de qualificação para o Euro 2025. O treino matinal, que teve lugar na Cidade do Futebol, foi tal como na véspera antecedido de conferência de antevisão, desta feita protagonizada por Joana Marchão, que regressa ao convívio da equipa nacional com hábito de vitória.
Um caso claro de uma emigrante de sucesso, que conquistou a dobradinha na Suíça, com campeonato e Taça, ao serviço do Servette, ao serviço do qual não é derrotada há mais de mês e meio numa rotina de não perder que, recorda, partilha com várias colegas que vivem tempos de sucesso nos respetivos clubes. «Como eu, felizmente há muitas na Seleção assim e nós não estamos relaxadas, porque a nossa época ainda não acabou. Temos estes dois jogos importantíssimos», propôs, com ambição.
«Queremos continuar este nosso registo de só ter vitórias, sem golos sofridos, que é o nosso maior objetivo para esta dupla jornada», perspetivou Joana Marchão em antevisão à Irlanda do Norte, opositor para o qual se mostrou preparada. «É uma equipa ligeiramente diferente da nossa, mais física, com um jogo mais direto, mas já estamos à espera disso – no todo, uma equipa forte», analisou a canhota, internacional por 45 ocasiões, que ainda teve oportunidade de elogiar a Liga portuguesa, que já conquistou por quatro ocasiões.
Marchão notabilizou-se ao serviço de Atlético Ouriense (dois títulos nacionais) e Sporting (outros dois) e deixou palavras de consideração para com o bom trabalho que tem vindo a ser realizado no panorama nacional, no que diz respeito à qualidade das suas praticantes. «É importantíssimo não só as jogadoras portuguesas jogarem no nosso campeonato, como conseguirmos chamar jogadoras estrangeiras para o nosso campeonato, o que vai ajudar muito mais todas as equipas», avaliou a atleta.
A esquerdina de 27 anos atravessa um momento favorável na sua carreira e oferece soluções variadas na ala esquerda, podendo atuar como lateral, ala ou até extremo e não escondeu o sorriso quando questionada sobre as funções nas quais pode ser mais perigosa. «Estou aqui para qualquer que seja a tática ou o nosso plano de jogo. Estou aqui para ser mais uma, para fazermos o nosso melhor e claro que há situações em que me sinto mais confortável e mais desconfortável, é normal», reconheceu.
«O meu objetivo vai ser sempre dar tudo o que possa à seleção e se um dia tiver de jogar a guarda-redes, eu jogo. Não tenho problemas nenhuns em fazer tudo o que puder para ajudar esta seleção», assume, confiante, Joana Marchão, que se faz notar como uma especialista nas bolas paradas, destacando outras colegas de seleção e…um dos seus treinadores.
«A Carole é uma jogadora que pode marcar qualquer bola que haja ali, a Dolores e a Joana Martins também são muito fortes, mas quem nos dá mais trabalho é o professor Rafael (ndr: Nuno Rafael, treinador de guarda-redes)», indica, bem disposta.
Por fim, a esquerdina assinalou a importância da presença massiva de público nas bancadas do Estádio Dr. Magalhães Pessoa, em Leiria, com bilhetes ainda disponíveis e a um preço unitário de quatro euros. «Os portugueses têm sido o nosso maior apoio e os estádios estão cada vez mais cheios nos nossos jogos, o que é muito importante para nós. Por vezes, as pessoas podem pensar que se trata apenas de mais um jogo, mas é realmente importante sentirmos o estádio todo connosco. Fica aqui o apelo para que apareçam em Leiria, nós vamos sempre dar tudo pelo nosso país», garantiu, por fim.