Treinador do Boavista voltou a assumir os problemas financeiros do clube, mas ainda assim garante uma equipa totalmente focada para o jogo com o Chaves. E fica feliz com as comparações com os «monstros» da história axadrezada
A conferência de imprensa de antevisão ao jogo com o Chaves serviu, claro está, para perspetivar a receção aos flavienses, mas Petit também não fugiu à questão relativamente aos salários em atraso a alguns funcionários do Boavista.
O técnico axadrezado confirmou essa situação, mas garantiu que a sua equipa está totalmente focada na preparação do encontro com os flavienses. «Tal como o presidente disse publicamente, é verdade que temos salários em atraso, mas o nosso foco passa por dar uma boa resposta amanhã. Tenho dito que temos dificuldades no nosso dia a dia, mas o nosso objetivo é continuar a trabalhar, jogar, ganhar e dar alegrias aos nossos adeptos», assumiu.
Relativamente ao adversário desta segunda-feira, Petit desvalorizou o facto de o Chaves estar no último lugar da tabela classificativa, elogiando, inclusivamente, os métodos de trabalho do treinador dos transmontanos: «Sabemos que o Chaves não atravessa um bom momento, nestes quatros jogos que fez, esta paragem deu para eles também retificarem algumas situações e, conhecendo bem o José Gomes, esperamos um jogo onde temos de desconfiar daquilo que pode ser a apresentação do Chaves.»
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E para contrariar a possível resposta que o adversário pretenda dar ao mau início de campeonato, Petit deu a receita. «O nosso foco nestes 15 dias foi reforçar aquilo que temos vindo a fazer, mantendo os pés bem assentes no chão, com humildade, porque os jogos na Liga são difíceis e o último pode ganhar ao primeiro. Se formos humildes e se apresentarmos aquilo que temos vindo a trabalhar acho que vamos acabar por fazer um bom jogo e conquistar estes três pontos. Respeitamos muito o Chaves, mas queremos muito esta vitória. Temos 10 pontos e queremos chegar aos 13. É esse o nosso objetivo para amanhã.»
E a massa associativa axadrezada pode ser decisiva para o sucesso da equipa. «Caso consigamos estar dentro daquilo que estivemos nos últimos quatro jogos, acho que vamos dar uma boa resposta e vencer. Faço também um apelo aos nossos adeptos para que nos ajudem. Os jogos são todos difíceis e para se ganhar temos de estar no nosso máximo, com toda a concentração, intensidade e qualidade de jogo», salientou.
Vítor Murta, presidente do Boavista, afirmou recentemente que «Petit é o melhor treinador da história do Boavista». Instado a pronunciar-se sobre estas palavras, o antigo internacional português falou sobre três nomes de peso do clube e do futebol português: «O Boavista fez agora 120 anos, tem uma grande história e passaram por aqui grandes treinadores. Três deles são grandes referências do futebol português, como o senhor José Maria Pedroto, o senhor Manuel José e o senhor Jaime Pacheco. Eu estou a fazer o meu trabalho, em evolução constante, todos os dias, para melhorar. Fico contente com essa comparação com esses monstros do futebol português.»
Outro dos assuntos abordados pelo líder do balneário das panteras foi a eleição de Makouta como melhor médio do mês. Petit ficou feliz com a distinção, apontou outros nomes que também poderiam ter vencido o prémio, e salientou que tal facto só é possível devido ao trabalho da equipa. «O individual só sobressai com um coletivo forte. Não é só o Makouta, há também o Pedro Malheiro, o João Gonçalves e o Bozenik, todos eles estiveram, nomeados para os prémios das várias posições. É fruto do trabalho que todos têm desenvolvido. Mas fico satisfeito com esse prémio do Makouta, como podia ser do Seba [Pérez] e do Reisinho, são os elementos ali da zona do meio-campo. Estão a atravessar um bom momento e esperamos que continue assim, será bom sinal», concluiu.