Pedro Gonçalves: «Rafael Leão esteve quase a sair do Sporting pelo comportamento»

INTERNACIONAL11.10.202422:56

Selecionador de Angola recordou a altura em que trabalhava na academia de juniores dos leões e elegeu o internacional português como o jogador que mais o entusiasmou, seguido de… Eric Dier

Depois de 15 anos a trabalhar no Sporting, Pedro Gonçalves mudou-se para Angola, primeiro para o 1.º de Agosto, mas apenas três anos depois acabou por rumar às camadas jovens da seleção angolana.

Em pouco tempo tornou-se no selecionador da equipa principal do país, cargo no qual já está há mais de cinco anos e o português recordou esse percurso: «Sim, estou em Angola há quase 10 anos, porque entrei em 2015, antes de mais, através da Academia do 1.º de Agosto. Na altura, o meu pensamento era promover um desenvolvimento geral do talento angolano. Foi relativamente fácil, porque eu já conhecia muito bem os novos talentos», começou por dizer, em entrevista ao AS, antes de garantir que queria regressar a Portugal, algo que acabou por não acontecer.

«Quando fui recrutado, a minha ideia era voltar para Portugal, mas fui contratado para os sub-17. Já conhecia toda a realidade daquela geração, um pouco mais velha, um pouco mais nova. Foi fácil para mim porque tinha relações com todos os clubes, academias e conhecia os melhores talentos. Foi um trabalho que nunca imaginei. Trabalhei com os sub-19, os sub-20 e os sub-23. Quando cheguei à seleção principal, uma das minhas tarefas era dar oportunidades aos novos talentos internos. Outra é acrescentar jogadores que jogam na Europa ou nos países do Médio Oriente, para que todos queiram e tenham o compromisso de representar Angola. Cinco anos depois, estou ansioso por fazer história em Angola», disse, revelando, de seguida, qual o jogador que mais o entusiasmou nos vários anos que trabalhou na academia leonina.

«Treinei na Academia Sporting muitos que hoje estão na elite mundial: Rafael Leão; Eric Dier, Maximiano, Thierry Correia, Bruma, mas... Rafael Leão. Curiosamente, esteve quase a sair do Sporting por causa do comportamento. É um caso especial, mas quando o entendemos, está a um nível de classe mundial. A consistência é o seu grande desafio. Quando o vimos jogar na Academia, era de classe mundial. Também Eric Dier, pela sua mentalidade, pelo trabalho, pela ambição... E outros, que se perderam», explicou, elegendo ainda dois nomes portugueses e dois nomes estrangeiros de treinadores que o ajudaram a melhorar.

«Os meus pilares foram Carlos Queiroz e Jesualdo Ferreira, mas atualmente admiro Pep Guardiola. Toda a gente deve considerá-lo o melhor. E também Jurgen Klopp. Perfis diferentes e personalidades diferentes», finalizou.