Paulo Sérgio e a importância do jogo com o Sporting: «A nossa realidade é outra»
Paulo Sérgio, treinador do Portimonense. Foto: LUÍS FORRA/LUSA

Paulo Sérgio e a importância do jogo com o Sporting: «A nossa realidade é outra»

NACIONAL03.05.202413:04

O treinador do Portimonense quer os seus jogadores alheados da euforia em torno dos leões e que mostrem capacidade para competir com um adversário com a qualidade «monstra» que o Sporting tem demonstrado.

O encontro do Portimonense em Alvalade [neste sábado, às 18:00h] para defrontar o Sporting, mereceu o mesmo tratamento por parte dos algarvios, que todos os outros adversários que já defrontaram, assinalou Paulo Sérgio. O treinador da equipa algarvia quer os seus jogadores alheados da euforia dos adeptos leoninos, que sentem o título cada vez mais perto, e que sejam competitivos porque, no futebol é «um retângulo de jogo, com 11 adversários pela frente e uma bola…». Paulo Sérgio não quis revelar se irá efetuar alguma gestão no onze – tal como o fizera em 2021/2022 no Dragão, com o FC Porto – dado ter cinco jogadores no limite de amarelos [Pedrão, Filipe Relvas, Igor Formiga, Gonçalo Costa e Dener] podendo correr o risco de não poderem defrontar depois o Rio Ave e Farense.

- Para a preparação deste jogo e mesmo também para as jornadas finais, o lado mental, o lado psicológico, é tão importante quanto tudo mais, quanto à preparação propriamente dita, ou nem por isso?

 «Não, não muda nada. É igual às outras anteriores. Senão teríamos sido menos profissionais nas anteriores. Portanto, o modo de preparar é idêntico.»

 - O Sporting em casa tem sido avassalador, está perto de conquistar o campeonato, com estádio cheio. Tudo isso não são bons indicadores para o Portimonense

 «Isso é a realidade do Sporting, um clube grande, num momento como este. A nossa realidade é outra, nós temos que olhar para nós e temos que dar sequência àquilo que temos feito de competente nas últimas jornadas. E melhorar, se possível. Sabemos que a tarefa será difícil, mas o nosso intuito, a nossa mentalidade é sempre a mesma, é tentar armar as coisas de forma a conseguir complicar a vida a um adversário, que reconhecemos obviamente, que é sobejamente superior, e nós temos que arranjar uma estratégia, uma atitude, uma forma de competir, que saibamos estar no jogo e disputá-lo com um adversário desta valia.

 - O Sporting pode-se fazer a festa da conquista do título nesta jornada, no domingo, dependendo do jogo do Benfica. Há um grande envolvimento dos adeptos, os bilhetes já estavam esgotados no início da semana, há um ambiente de grande euforia em Alvalade. Este não é o cenário ideal para o Portimonense ir a Alvalade…  

 «Essa é a realidade do Sporting neste momento. Um campeonato fantástico que têm feito até aqui, com uma qualidade monstra. Mas isso não interfere nada na forma como nós temos que preparar o jogo, na forma como nós temos que nos preparar para competir. É um teste à nossa capacidade e nós, sempre a pensar positivo, trabalhamos de forma a poder ir a Alvalade e ser competitivos. Temos que nos alhear de tudo o que está à volta, porque isso não pode interferir naquilo que nós temos que fazer dentro do campo. Um retângulo de jogo, com 11 adversários pela frente, uma bola… e é desta forma que tem que se olhar para o jogo, sabendo das dificuldades, reconhecendo, mas todos os jogos são muito difíceis, não é por ser o líder do campeonato, todos os jogos são muito difíceis, temos uma equipa muito jovem, temos 80% provavelmente dos jogadores que estrearam-se este ano na Liga, muitos têm 30 jogos realizados, outros têm 20, outros têm 15, e eu prefiro olhar para o copo meio cheio, do que para o copo meio vazio. Portanto, apraz-me registar a grande evolução que eles têm tido, o ano passado disputavam os sub-23, disputavam séries C no Brasil e a mim, que trabalho com eles todos os dias, tenho que lhes tirar o chapéu por tudo o que eles têm crescido e evoluído até este momento. Com uma equipa mais experiente, mais madura, obviamente era menos complicado atingir objetivos, mas eu estou plenamente consciente que com esta juventude e com a evolução que eles têm tido, que nós no final vamos conseguir o nosso objetivo final, que é isso fundamentalmente que me move todos os dias.»

 

- Depois do Sporting, o Portimonense vai defrontar o Rio Ave e o Farense. Tem cinco jogadores à bica com os amarelos, considera fazer alguma gestão do plantel a pensar nos outros jogos?

 «Se eu farei ou não, vocês amanhã têm tempo para ver. Não vou dar trunfos ao adversário e dar-lhe o onze. Amanhã decidiremos se faremos alguma gestão nesse sentido. Temos quatro jogadores, salvo erro, nessa situação. Mas também temos outros jovens de fora que também merecem a oportunidade de jogar e, portanto, amanhã tomarei a decisão sobre isso. Ou melhor, a minha decisão está tomada, vocês sabem lá amanhã.»

 

- Normalmente, um dos segredos para conseguir criar complicações ou para travar um grande, são aqueles primeiros 20 minutos…

 «Não só com o Sporting, mas em qualquer partida. Sofrer cedo é mau contra qualquer adversário, como sofrer tarde. Isso depende da nossa capacidade, daquilo que nós somos capazes de fazer. Foi uma pena a semana passada, num jogo em que o jogo está para o nosso lado e em que temos ocasiões para marcar e não tivemos eficácia. Foi uma pena ter sofrido um golo de canto, numa situação em que até costumamos ser fortes, mas tomámos um golo de canto e perdemos a oportunidade de somar importantes pontos. Trabalho, repito, foi feito novamente, foi tudo preparado ao pormenor e esperamos que, reconhecendo a grande valia do adversário, estar concentrados e competentes, com coragem, para mostrar que temos a capacidade para competir com um adversário desta qualidade.»