PSV-Sporting, 1-1 Passeio da fama esteve bastante escorregadio (crónica)

NACIONAL01.10.202422:58

Leão sofreu na primeira parte, com algumas contrariedades, conseguindo depois resgatar um ponto, num jogo em que o tridente ofensivo ficou (muito) aquém. Daniel Bragança acabou por reclamar a titularidade que Amorim teve dúvidas em dar-lhe

EINDHOVEN – O Estádio Philips engalanou-se para receber duas equipas confiantes, com trajetos similares e argumentos para almejar a vitória, os leões apresentaram-se com Geny Catamo a extremo esquerdo e Quenda a ocupar a ala direita, com Trincão à sua frente, a replicar o que tem sido um dueto de sucesso. Na defesa o tridente habitual, com suporte de Nuno Santos, que muito teve de recuar porque Bakayoko é um poço de força (e rápido). A teia estava montada, com Gyokeres a assumir as despesas do ataque. Só que do outro lado, a aranha não se deixou apanhar.

A pressionar muito alto, o PSV não deu margem de manobra a Morita e Hjulmand para poderem subir no terreno e conseguir construir, deixando o Sporting apenas com os alas disponíveis para ligar o jogo ao ataque, mas sempre muito bem policiados, sem grandes oportunidades para explanar as suas características.

Franco Israel foi posto à prova logo aos 14 minutos, com Guus Til, dentro da área a rematar cruzado e o uruguaio a dizer presente. 60 segundos depois, os neerlandeses materializaram a supremacia no jogo. Geny Catamo ficou no chão ao tentar desarmar Schouten, que foi até à entrada da área e, em arco, fez a bola aninhar-se no fundo da baliza. Após este lance o moçambicano trocou as botas cor-de-rosa por umas brancas, depois de já ter escorregado umas três vezes.

O Sporting acusou o golo, foi perdendo confiança, Trincão via-se obrigado a recuar para vir buscar jogo e Gyokeres estava desamparado na frente e, diga-se, Flamingo foi imperial na marcação ao sueco. Até que à passagem surge da meia-hora surge a segunda contrariedade para os leões: Diomande torceu o tornozelo esquerdo e saiu amparado em ombros. Foi lançado Eduardo Quarema para a direita, Debast mudou-se para a esquerda e Gonçalo Inácio ocupou-se do eixo. Reorganizados no setor mais recuado, era altura de tratar do resto, mas o Sporting quis atacar à pressa, o que nunca deixou o PSV desconfortável, continuando, assim, a mandar no jogo. E só através de ações individuais é que os verdes e brancos conseguiam avançar, sempre pelas alas, Quenda perdeu uma bola na linha de fundo e, aos 45+3’, Nuno Santos ganhou um canto.

Certo é que as melhores oportunidades do PSV foram más decisões do Sporting que, no reatamento, tentou reagir à adversidade, mas o PSV voltou a entrar por cima e logo com um remate perigoso. Rúben Amorim abanava a cabeça e apontou para Daniel Bragança, tirando Geny Catamo. E depressa se viu o efeito do camisola 21, que deu mais critério e qualidade à equipa, depois do tridente ofensivo não ter encontrado soluções. Ainda assim, os neerlandeses estavam apenas focados na baliza de Franco Israel que, com punhado de defesas, a manteve a salvo, e depois um falhanço clamoroso de Luuk de Jong. E por falar em falhanços, que perdida teve Eduardo Quaresma, aos 70 minutos.

Após grande passe de Morita, o jogador improvável apareceu na cara do guarda-redes, numa fase absolutamente decisiva do jogo, livre de marcação, mas o camisola 72 dos leões tropeçou e falhou o remate. Um final inglório, depois de ter galgado metros, gorando excelente ocasião para empatar.

O jogo conheceu, então, um momento mais equilibrado, com Gyokeres, Harder ­(a dupla teve a sombra de Flamingo e Boscagli) e Maxi Araújo já em campo a merecerem mais policiamento e o Sporting mais assertivo na construção. E foi dos pés do uruguaio que saiu o cruzamento que valeu o golo do empate. Daniel Bragança, o médio franzino que ficou sem vigilância, foi letal na segunda grande oportunidade dos leões.

Do mal o menos. O Sporting leva dos Países Baixos um ponto na bagagem e muitas notas no bloco de Rúben Amorim sobre o que e preciso acertar para evitar que as escorregadelas no passeio da fama causem alguma queda fatal.