Os dois anos de milhões gastos por Todd Boehly
Todd Boehly já gastou mais de 1200 milhões de euros em 36 jogadores (IMAGO)

Os dois anos de milhões gastos por Todd Boehly

Dono do Chelsea já gastou mais de 1200 milhões em contratações desde que assumiu o cargo de liderança, em 2022. João Félix pode tornar-se na 37.ª compra de Boehly.

As dúvidas dissipam-se e tornam-se, cada vez mais, em certezas: João Félix vai tornar-se jogador do Chelsea. O avançado português, que esteve emprestado aos blues em 2023, volta a Londres, parte do negócio entre o clube inglês e o Atl. Madrid que fará de Conor Gallagher o novo reforço dos colchoneros.

A confirmar-se, o avançado português será a 37.ª contratação de Todd Boehly desde que, em junho de 2022, se tornou dono do conjunto britânico, substituindo o russo Roman Abramovich que, meses antes, foi abrangido pelas sanções europeias impostas a russos.

O americano não olhou a custos para tornar o Chelsea num dos principais candidatos a todos os títulos, mas 1272 milhões (!) depois, não é isso que acontece: Enzo Maresca é o quarto treinador contratado na era Boehly, sendo que Graham Potter, Frank Lampard, em 2022/23, e Mauricio Pochettino, na época seguinte, não conseguiram mais que 12.º e 6.º lugares, respetivamente, na Premier League.

Início de impacto…

Todd Boehly começou a liderança no Chelsea… em grande. A 13 de julho de 2022, os blues anuciavam a primeira contratação com o novo dono: Raheem Sterling. Aos 27 anos, já havia somado 339 jogos e 131 golos pelo Manchester City de Pep Guardiola, contabilizando quatro campeonatos ingleses no palmarés. Um extremo que dispensava apresentações, mas não despesas: 56,2 milhões de euros passaram dos cofres de Londres para os de Manchester. Três dias depois, mais 41,9 milhões saíram da conta, agora para Nápoles: se Sterling foi o grande reforço para a frente, Kalidou Koulibaly fazia furor no eixo mais recuado – ainda em agosto, chegaria o alvo para ser seu par, Wesley Fofana, por mais 80 milhões.

…e janeiro de afirmação

Se era preciso prova de que Boehly estava pronto a gastar, chegava o mercado de janeiro como cenário ideal. Além de Mudryk, por 70 milhões, ou dos mais de 100 milhões gastos em Badiashile, Malo Gusto e Madueke, vinha também o grande nome do defeso. Enzo Fernández, médio do Benfica, campeão do Mundo pela Argentina e recém-eleito Melhor Jogador Jovem do Mundial 2022, chamou a atenção dos londrinos. As águias foram claras: para levar Enzo, é preciso pagar a cláusula de 121 milhões de euros. E o Chelsea… assim fez.

Enzo Fernández é, ainda hoje, a mais cara transferência da história da Premier League. Ao lado do argentino, joga Moisés Caicedo, a quarta maior compra: 116 milhões de euros foram dados ao Brighton para adquirir o equatoriano.

Moisés Caicedo e Enzo Fernández são as duas contratações mais caras da história do Chelsea (IMAGO)

Portugal em destaque

Mesmo que o negócio de João Félix colapse, Portugal continuará bem representado no atual mercado de transferências do Chelsea. Renato Veiga, médio defensivo que saiu do Sporting para o Augsburgo e, posteriormente, para o Basileia, foi um dos reforços de Enzo Maresca, a troco de 14 milhões de euros. Bem mais caro foi Pedro Neto: o extremo do Wolverhampton é, até ao momento, a mais dispendiosa aquisição dos londrinos no verão de 2024: custou 60 milhões de euros.

Além de ambos os novos jogadores, também Diego Moreira, ex-Benfica, faz parte do leque de atletas lusos que se juntaram ao Chelsea nestes últimos dois anos. Moreira só fez uma partida pelo emblema inglês, que deixou em definitivo no início desta temporada.

Cole Palmer: o tiro em cheio de entre tantos ao lado

Se, por um lado, a maior parte destas contratações parece não ter tido o retorno pretendido, há uma que, indubitavelmente, saiu ‘barata’. Trata-se de Cole Palmer, que saiu do Manchester City para reforçar o Chelsea no verão de 2023, a troco de 47 milhões de euros. Desde então, já realizou 46 partidas, apontou 22 golos e assistiu outros 15. Foi o principal responsável pelo comedido sucesso do Chelsea sob Mauricio Pochettino: apesar de o sexto lugar ser tudo menos brilhante, sem Palmer… não teria acontecido.

Brighton é vendedor milionário

Apenas quatro emblemas receberam mais de 100 milhões do Chelsea: trata-se de Benfica (Enzo Fernández, 121 M€), Manchester City (Cole Palmer e Sterling, 103,2 M€), Leicester (Dewsbury-Hall e Wesley Fofana, 115,8 M€) e Brighton. Os seagulls, contudo, estão num campeonato à parte: as vendas de Moisés Caicedo, Marc Cucurella e Robert Sánchez valeu aos cofres do conjunto do sul de Inglaterra um total de 204,3 milhões de euros!

Robert Sánchez, guarda-redes, e Marc Cucurella, lateral-esquerdo, chegaram ao Chelsea vindos do Brighton, à semelhança de Caicedo (IMAGO)

A estratégia para gastar tanto

Para conseguir investir esta quantidade de dinheiro com pouco retorno – 448 milhões de euros no mesmo período, pouco mais de um terço do valor gasto – sem fugir às regras do fair-play financeiro, o Chelsea recorre a uma política de contratos longos, que permitem parcelar o pagamento dos jogadores por vários anos. Para que se tenha uma ideia, se se somasse os anos de contrato que cada atleta tem de ligação ao clube, o Tottenham, com 97, seria o segundo emblema da Premier League com mais anos. Em primeiro está o Chelsea, com 191. Cole Palmer, por exemplo, renovou até… 2033.

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