Os destaques do FC Porto: Na noite solitária de Pepê só Diogo Costa disse presente
Brasileiro bem tentou combater o futebol previsível dos dragões; Toni Martínez a marcar, mas o FC Porto foi sempre com muita sede ao pote; na baliza um guarda-redes que vale pontos
A figura: Pepê (7)
Ação importante no golo, num cruzamento após passe açucarado de Eustáquio levou o caos à área axadrezada, com proveito para Toni Martínez. Procurou muito as zonas interiores, ainda é dos poucos portistas com arte nos pés, mas vive num cenário de gritante solidão. Aos 40’, teve espaço para rematar, mas faltou-lhe a pontaria. Com mais serenidade podia ter sido feliz. Num FC Porto que vive muito da intensidade, por vezes a parte criativa é colocada em segundo plano, penalizando uma unidade como o brasileiro, capaz de atrair o perigo com apenas um metro quadrado de espaço. Talvez Nico, que entrou bem, o possa auxiliar nessa ingrata missão de ser diferente.
DIOGO COSTA (7) - Quando se fala de guarda-redes que dão pontos, o nome de Diogo Costa salta para primeiro plano. Bem a sair da área para intercetar a bola quando Bruno Lourenço surgia isolado, para mais tarde, aos 39’, brilhar com uma defesa espetacular a desviar a bola rematada por Bozenik e que levava muita pólvora!
JOÃO MÁRIO (5) - De pé esquerdo marcou ao Chaves, procurou repetir a façanha no dérbi, mas desta vez a bola saiu por cima dos ferros da baliza de João Gonçalves. Atacou mais que Wendell, mas nesse capítulo foi sendo bem anulado por Filipe Ferreira.
PEPE (4) - Cabeceamento em arco no primeiro e tímido remate do FC Porto enquadrado com a baliza de João Gonçalves (13’). Não se percebe como um central com a sua experiência fica na chamada zona de ninguém num lance em que dois jogadores adversários (Bruno Lourenço e Sasso) surgiram em posição promissora para marcar, com o extremo das panteras a acertar em cheio no alvo.
FÁBIO CARDOSO (4) -Inacreditável como deixou Bruno Lourenço escapar para a área no golo dos axadrezados, procurando um fora de jogo que só existiu na sua imaginação. Antes desse lance, aos 32’, já tinha facilitado nas alturas - Bozenik antecipou-se ao central e cabeceou com perigo.
WENDELL (5) - Grande corte a tirar a bola a Bruno Lourenço na área, num lance em que os centrais portistas ficaram a dormir (21’). Procurou alargar as soluções de ataque, mas sempre que subiu foi inconsequente – e, mais uma vez, nada criterioso nos cruzamentos. Pesou um pouco ter de controlar o seu raio de ação tendo uma unidade tão habilidosa como é Bruno Lourenço, mas defensivamente cumpriu o seu papel.
ANDRÉ FRANCO (5) - É difícil esquecer que pisa os terrenos onde, outrora, brilhava Otávio. Tem a coragem do brasileiro, mas precisava de juntar mais audácia quando sai vitorioso dos duelos individuais. Pode ser (é) cruel a comparação, mas sinaliza os níveis de exigência que ficaram depois da perda do jogador preferido de Conceição. Franco faz as coisas bem, mas pede-se-lhe mais rasgo. Um livre relativamente perigoso antes de sair rendido por Galeno.
EUSTÁQUIO (6) - O portista que mais se destacou no primeiro tempo, pela entrega e espírito de missão, procurando manter o equilíbrio correto quando a equipa tinha bola e quando a perdia. Fantástico o passe picado para Pepe criar o desequilíbrio que, depois de muita confusão, resultou no golo de Toni Martínez. Saiu em quebra aos 69’, substituído por Nico González.
GRUJIC (4) - Muito forte no jogo aéreo, teria dado jeito ao coletivo ter feito uso desta arma no golo do Boavista - estava também ele mal posicionado no livre cobrado por Tiago Morais. Mais posicional que Alan Varela, não tem a arte do argentino, quando tem espaço ou cristaliza ou faz passes laterais, e essa ausência de critério explica a razão porque é terceira ou quarta solução no FC Porto.
EVANILSON (5) - Em queda, arrastou os defesas do Boavista, e no meio do caos que se gerou na pequena área do Boavista Toni Martínez marcou. Ainda assim, a sua influência foi escassa para aquilo que se espera do melhor marcador da equipa.
TONI MARTÍNEZ (6) - Levou à baliza axadrezada o primeiro momento de algum perigo, num golpe de cabeça traiçoeiro que João Gonçalves resolveu com instinto, apesar do remate ter sido frontal (16’). Marcou pouco depois num lance muito confuso, onde teve o mérito de estar no sítio certo e fugir ao engarrafamento. Rendido por Francisco Conceição numa fase de crescente apagamento (61’).
GALENO (4) -Trouxe, como é habitual, vivacidade ao ataque do FC Porto. Um remate por cima da baliza.
FRANCISCO CONCEIÇÃO (5) - De pontapé de livre esteve muito perto do golo. Mexido e dinâmico, deu imenso que fazer aos defesas do Boavista.
NICO GONZÁLEZ (6) - A centímetros do golo, no regresso à competição, quase um mês depois. O remate cruzado foi excecional, mas com mais efeito que o desejado. Depois, novo tiro, com João Gonçalves em apuros. Entrou bem o espanhol!
IVÁN JAIME (-) -No meio de tanta gente a atacar, não se destacou.
NAMASO (5) - Aproveitou a oferta de Pedro Malheiro para executar remate em jeito, muito perigoso, a sair perto do poste esquerdo.