O 'mister de A BOLA' do FC Porto-Estoril: noite difícil a Norte
Hoslgrove gelou por completo as bancadas do Dragão. Foto IMAGO
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O 'mister de A BOLA' do FC Porto-Estoril: noite difícil a Norte

NACIONAL04.11.202319:41

Um resultado não apaga as boas exibições do FC Porto, mas causa desconforto interno

1. Taremi desperdiçou

O jogo com o Estoril previa-se complicado, não só pela procura urgente de pontos como também pela qualidade ofensiva do adversário, com números superiores ao FC Porto em golos marcados. O Estoril apresentou como novidades no onze, Mateus Fernandes e João Marques, dois jovens com um futuro promissor no panorama internacional. O FC Porto, em mutação tática constante, teve uma entrada forte no jogo, contudo Taremi foi incapaz de marcar a grande penalidade nos momentos iniciais do jogo. Este acontecimento teve um impacto forte no desenrolar do jogo, visto em termos coletivos o FC Porto não apresentou níveis superiores na sua organização dinâmica.

2. Mais FC Porto

O FC Porto salientou dinâmicas interessantes, Conceição em largura total, Sanchéz em zonas interiores, Evanilson em espaços interiores criou muitas dificuldades à equipa do Estoril. O domínio das ações de jogo pertenceu ao FC Porto, contudo o Estoril nunca deixou de querer surpreender em situações de ataque rápido, explorando a profundidade após «sair» da pressão inicial exercida pelo FC Porto, no momento da perda da posse de bola. Diogo Costa, bem posicionado, interveio com clareza e sem hesitações em duas ocasiões importantes. Num futuro muito próximo será difícil manter um guarda-redes com esta qualidade exibicional.

3. Inconsistência «vs» surpresa

As alterações efetuadas pelo FC Porto evidenciaram a dificuldade da equipa em criar situações eminentes de finalização. O FC Porto sem ideias, na etapa de criação, sentiu falta de jogadores como Galeno ou Iván Jaime. Vasco Seabra efetuou alterações que promoveram o crescimento da equipa do Estoril, não só em termos ofensivos como também na vertente física, uma das componentes menos considerada, em contexto de jogo. Heriberto, um extremo vertical, e Cassiano, um avançado possante, aumentaram a intermitência das sequências ofensivas em velocidade. O Estoril defendeu bem, num bloco médio-baixo, só permitiu oportunidades através de cruzamentos para dentro da área – ineficácia do FC Porto exponenciou o nervosismo coletivo. Outro dos aspetos diferenciadores foi o momento de transição defesa-ataque, no qual, o Estoril estabeleceu ligações fundamentais para alcançar espaços vitais de jogo, e aqui foi a chave para equilibrar a partida.

4. Últimos minutos

Após o Estoril chegar à vantagem, o FC Porto arriscou tudo, contudo as paragens constantes quebraram o ritmo e intensidade de jogo existentes. Em síntese, não foi um jogo bem jogado, por ambas as equipas. O Estoril teve mérito, mas a equipa de Sérgio Conceição deveria ter alcançado outro resultado — teve oportunidades para, no mínimo, empatar. Todos os jogos são importantes, mas uma equipa que tem como objetivo ser campeã nacional não pode conceder pontos aos adversários num contexto caseiro. Um resultado não apaga as boas exibições do Porto, mas em termos pontuais pode causar desconforto no seio interno.