O jogar à Benfica, a recuperação de Bah e o sacrifício dos adeptos: tudo o que disse Bruno Lage

NACIONAL14:40

Técnico do Benfica fez o lançamento do jogo, deste sábado, ante o Gil Vicente

Bruno Lage, técnico do Benfica, fez a antevisão ao jogo, deste sábado, pelas 20.30 horas, ante o Gil Vicente, no Estádio da Luz, a contar para a 7.ª jornada da Liga.

Neste regresso à casa, depois de três vitórias consecutivas, como sente a equipa e o que espera deste jogo com o Gil Vicente?

«É sempre uma motivação extra jogarmos no Estádio da Luz perante os nossos adeptos. Espero a equipa com a mesma dinâmica, com o mesmo foco. Sobre o nosso adversário, espero uma equipa à imagem do seu treinador [Bruno Pinheiro], com um futebol positivo, com muito atrevimento ofensivo, uma equipa que funciona no seu todo, com jogadores da linha da frente de enorme qualidade. Temos de estar 100 por cento concentrados e com compromisso para o jogo de amanhã»

Ganhou os três jogos que fez. Nesta fase, procura ser mais consistente defensivamente ou mais acutilante ofensivamente e se pondera, em alguma circunstância, utilizar Pavlidis e Arhur Cabral no onze inicial?

«Primeiro, ganhámos! Eu não ganhei sozinho e aquilo que eu quero e o que tem sido a palavra-chave desde o primeiro dia é a cultura do clube. Aquilo que temos de melhor é funcionar em equipa. Não fui eu que ganhei, não foi nenhum jogador em particular, é a equipa. O talento ao serviço da equipa e o que cada um deles pode ajudar a equipa. Aproveito para valorizar a iniciativa do capitão, do Nico Otamendi, que proporcionou um encontro fora do Seixal com os jogadores. Sobre a segunda questão, quero uma equipa mais agressiva no último terço, na busca de espaços, de mais situações de finalização, criar mais ocasiões em qualidade. Tenho trabalhado imenso com os avançados, com os alas na forma de explorar os espaços que o adversário possa conceder, que tipo de cruzamentos pretendemos, que tipo de movimentações dos avançados, quer coletivo, quer individual. Esse é o nosso foco, porque a defender é muito fácil como dizia o mestre Jaime Graça: é correr e toda a gente atrás da linha da bola e eles sabem que comigo toda a gente tem a responsabilidade de defender e ser agressivo para recuperar a bola.»

Sente que já tem uma equipa a jogar à Benfica?

«Trabalhar diariamente par atingir isso, uma equipa à Benfica, porque sei o que os adeptos gostam e eu também. A nossa ambição é continuarmos a crescer como equipa, temos criado mais situações de golo nestes três jogos e queremos continuar nesse registo. Ainda não fizemos nada de especial, apenas ganhámos três jogos. Máximo compromisso para o jogo de amanhã, porque temos de estar focados naquilo que controlamos.»

Está preparado para prescindir do Di María no processo defensivo?

«O que eu quero para o Di María é o que quero para todos, que a equipa seja competente e que haja responsabilidade de toda a gente a defender. Temos de olhar para as características dos jogadores. Nos últimos anos, mesmo na minha altura, o Benfica não tinha um ala com o compromisso defensivo do Karem (Aktürkoğlu). Tenho de saber utilizar isso quando for necessário. Na minha altura, tínhamos um, que era o Cervi na esquerda. No fundo, quero que a equipa funcione e tenho passado essa mensagem aos jogadores. Ninguém ganha jogos sozinho»

Esta semana, o presidente Rui Costa afirmou que este plantel podia ter sido construído por si. Concorda com ele e se sente que este é o plantel mais capacitado, em Portugal, para ser campeão?

«Se há pessoa que sabe como gosto de ter o plantel, é o presidente. Em termos estruturais é assim: três guarda-redes, dois jogadores competitivos por posição, porque quero toda a gente preparada para contribuir para o crescimento da equipa, e três avançados com perfis diferentes, tal como temos: um mais de ligação, outro com forte ataque à profundidade e outro mais forte dentro da área, que saiba jogar com cruzamentos. Tivemos várias entradas no plantel e cada um dos jogadores precisa do seu tempo de adaptação, quer ao país, quer à cultura do clube, quer à forma de jogar, quer à forma de treinar. Essa parte cabe a mim tirar o melhor de cada um e fazer crescer os jogadores coletivamente e individualmente. Acredito que temos capacidade para ser uma equipa competitiva e essa é a nossa missão desde o primeiro dia. Temos de começar com passos curtos e depois olhar para outro tipo de passos.»

O Bah está disponível para o jogo com o Gil Vicente?

«Ele treinou e está convocado»

Vem aí um jogo para a Liga dos Campeões, ante o Atlético de Madrid. Há necessidade de haver rotaçao na equipa?

«Funcionámos sempre a três jogos. Neste momento, já há pessoas que estão a analisar o Nacional, outros a preparar o Atlético de Madrid e eu e os meus adjuntos estamos apenas focados no jogo com o Gil Vicente. É sobre ele, que estamos focados.»

O jogo com o Boavista ficou marcado por um falecimento de um adepto do Benfica, quando este ia para o jogo. Como é que o grupo sentiu isto?

«Depois do jogo acordámos com um sentimento de missão cumprida, mas com uma sensação diferente. O nosso principal pensamento foi que os nossos adeptos quase dão a vida para nos apoiar, uns perdem a vida para nos apoiar. Não é fazer deste momento díficil algo especial, mas os nossos jogadores têm de sentir que as pessoas fazem vários sacríficios para apoiar e algumas, por infelicidade, fazem o maior sacríficio de todos. Em cada momento, temos de jogar no máximo, jogar enquanto equipa para os adeptos, porque eles são a alma do clube. Deixo os meus sentimentos à família e aos adeptos. A notícia deixou um sabor agridoce sobre a nossa vitória ante o Boavista.»