O campeão vai para casa e ninguém fica espantado (crónica)
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SUÍÇA-ITÁLIA, 2-0 O campeão vai para casa e ninguém fica espantado (crónica)

INTERNACIONAL29.06.202418:57

Madura e serena, equipa helvética controlou completamente o detentor do título

O (ainda) campeão em título está fora do Campeonato da Europa, mas só pode abrir a boca de espanto quem não viu o jogo com a Suíça, ou mesmo as impressões deixadas na primeira fase do torneio.

Em paz com aquilo que vale, a equipa helvética geriu o jogo como quis, fruto do tempo de maturação que encontrou. Serena e competente, está nos quartos de final pela segunda vez consecutiva.

Os sinais deixados na fase de grupos já apontavam para uma Suíça mais confiante, mas talvez não fosse assim tão expectável a forma autoritária como a equipa de Murat Yakin pegou no jogo logo de início. Instalada no meio-campo contrário, a beneficiar da experiência de Akanji, Ricardo Rodríguez, Aebischer e Xhaka para uma construção segura, e depois a soprar na nuca dos italianos assim que perdia a bola.

Faltava alguma acutilância no ataque, com Embolo algo só na frente, mas ainda assim a conseguir isolar-se para a primeira grande ocasião do jogo, negada por Gigi Donnarumma. A Itália tentou despertar, mas o melhor que conseguiu foi um remate de Chiesa intercetado por Akanji.

Ao juntar verticalidade à versatilidade com que os jogadores trocavam de posições, a Suíça chegou à vantagem. A movimentação de Embolo criou um buraco na defesa italiana que Remu Freuler explorou, servido por Vargas.

Luciano Spalletti foi para o intervalo visivelmente irritado, e até tratou de lançar logo Zaccagni, o herói do apuramento, mas os azzurri não voltaram mais despertos. Depois da assistência para o tento inaugural, Vargas aumentou a vantagem suíça logo na primeira jogada da etapa complementar, com um fantástico pontapé em arco.

Só com alguma solidariedade suíça é que a seleção italiana conseguiu aproximar-se do golo, com Schar a desviar de cabeça para o poste da baliza de Sommer, apanhado a meio do caminho.

A partir daí o jogo mudou de resto, mas foi mais por opção helvética do que propriamente por mérito transalpino. A equipa de Spalletti ainda atirou novamente ao poste, mas Scamacca, mas revelou-se estática, previsível, aborrecida.

O campeão comeu queijo e deixou-se cair no esquecimento.