«Nem História nem elogios ganham finais»

Sevilha «Nem História nem elogios ganham finais»

INTERNACIONAL30.05.202321:13

O treinador do Sevilha, José Luís Mendilibar, reforçou esta terça-feira, em Budapeste (Hungria) a ambição de conduzir o clube espanhol à conquista da que poderá ser sétima Liga Europa UEFA para o clube andaluz na quarta-feira, dia 31, na Puskás Arena, na final da competição, diante da Roma (Itália), formação orientada por José Mourinho, repisando profundo respeito pelo rival e pelo homólogo que estará no outro banco, mas recordando o óbvio: ganha quem joga à bola e mete a bola na baliza.

«Quando assumi o comando do clube, o Sevilha tinha passado duas eliminatórias da Liga Europa. Agora a História do clube nesta competição está aí e não mente. Nesta prova, o Sevilha tem sido a melhor equipa, e os títulos estão aí a comprová-lo», sublinhou José Luís Mendilibar aos jornalistas, na conferência de imprensa de antevisão do embate de quarta-feira (20 horas de Portugal Continental), evocando as Ligas Europa ganhas pelo Sevilha em 2006, 2007, 2014, 2015, 2016… e 2020.

«Quando cheguei, mesmo com a equipa mal classificada, mesmo com o Sevilha mal [classificado] na La Liga [primeira divisão], ninguém se conformava com a manutenção: todos me falavam, logo, era da UEFA e da Europa. E agora, estamos em Budapeste, na final da Liga Europa. Teremos pela frente um adversário muito complicado, mas estou convencido de que, com as nossas armas, podemos ganhar», foi a confiança deixada pelo técnico dos andaluzes, de 62 anos, que assumiu as rédeas da formação há pouco mais de dois meses (21 de março), e que procurou retirar carga dramática da final e pressão dos seus.

«[A final] É só um jogo. É muito bom toda a História do Sevilha na Liga Europa, toda a experiência que o clube já tem… mas não deixa de ser, apenas e só, mais um jogo de futebol. Tudo o mais, não me interessa. É a minha primeira final. Não o é para muitos dos meus jogadores, e muito menos para o clube… tão pouco para o treinador do nosso adversário [José Mourinho]. O que temos de fazer é jogar bem, fazer um bom jogo. Sem erros, porque se pagam caro, e a jogar como temos feito», foi a resposta de Mendilibar quando confrontado com o pleno de vitórias do técnico português em finais de provas europeias – cinco vitórias nas anteriores cinco - duas pelo FC Porto (UEFA e Champions, 2003 e 2004), uma pelo Inter de Milão (Champions 2010), outra pelo Man. United (Liga Europa 2017) e a última em 2022 já pela Roma, na Liga Conferência, com a exceção de três derrotas nas três Supertaças Europeias das equipas que orientou.

«Agradeço a Mourinho as palavras que me dirigiu e a forma como se referiu quer a mim, à equipa e ao clube [Sevilha]. A História não ganha finais, mas tão pouco os elogios. Não temos vantagem… nem desvantagem perante eles [Roma]. E é o adversário mais difícil. Porquê? Porque chegou à final», foi o aviso e o agradecimento do técnico dos andaluzes, que, citado no diário desportivo madrileno Marca, deixou para ‘segundas núpcias’ o seu futuro.

«Se continuarei ou não? O meu futuro, agora, nesta altura, não é coisa que me importe. Assinei há dois meses e meio, quase. E já na altura não me importava muito o que iria suceder no final da época. Estou tranquilo. Estava parado antes de vir para o Sevilha, e tenho contrato até 30 de junho. O que tenho de fazer… é ganhar esta final e terminar a La Liga da melhor forma possível no [Estádio] Anoeta [recinto da Real Sociedad, em San Sebastian, adversária na 38.ª e última jornada do campeonato, no fim de semana]. Depois, veremos», sublinhou Mendilibar, que não faz depender seguir no clube ou não da vitória na final da Liga Europa.

«Não creio que ganharmos ou não a final seja determinante para o meu futuro [continuar no clube ou não]. É como um cronista que está a escrever a crónica do jogo durante os 90 minutos…e no fim tem de mudá-la por inteiro por causa de um golo no último minuto, a tudo alterar» foi a analogia traçada.

Do onze que irá apresentar, foi sincero: «Está na minha cabeça, claro, desde o nosso último jogo». E do valor da Roma, a lição está estudada.

«Em termos defensivos, são fortíssimos. E não precisa de criar muitas ocasiões de golo durante um jogo para marcar e o ganhar. Nem se preocupam se chegam muitas ou poucas vezes junto da baliza do adversário. Nisso, não são como nós: sentem-se cómodos e confortáveis a defender próximo da sua grande área ou a pressionar mais acima no terreno, e têm essas duas vertentes. É uma equipa difícil de contrariar em campo. E raramente se enervam com o passar dos minutos», foi como ‘desmontou’ a Roma.