Não houve rebuçados mas quase um... amargo de boca (Crónica)
El Ouazzani esteve perto do golo na primeira parte (LUSA)

1.º Dezembro-SC Braga, 1-2 Não houve rebuçados mas quase um... amargo de boca (Crónica)

Demonstração de qualidade, força e vontade da equipa de Sintra que só caiu nos últimos segundos dos descontos. Carlos Carvalhal disse que não daria rebuçados a ninguém e… nem poderia porque do outro lado esteve sempre um adversário a prometer uma surpresa. Zalazar e Moutinho regressaram, marcaram os golos, e o técnico bracarense agradece…

Foi a frase que marcou o lançamento deste jogo. Direitos de autor para Carlos Carvalhal: «Gestão? Não há rebuçados para ninguém, é para dar ao pedal e para quem merece jogar. A Taça não é uma situação de oportunidades, mas de muita seriedade». O aviso estava dado. Alerta para… sete destinatários, as mudanças promovidas pelo técnico bracarense em relação ao jogo com o FC Porto.

Nova versão bracarense que seguiu à regra as palavras do técnico. Desde Jónatas Loro, 19 anos, estreia absoluta, passando por Hornicek, Yuri Ribeiro, Guitane e Gharbi, terminando em El Ouazzani e Zalazar. Todos obrigados ‘a dar ao pedal’ até porque do outro lado esteve sempre um adversário propício a… amargos de boca… como viria a provar mais tarde. Organizado, destemido (sem baixar as suas linhas), a jogar no campo todo, seguro e a manter a identidade (o seu 4x3x3) bem vincado da Liga 3. A exigir seriedade máxima dos bracarenses.

Essa exigência foi sentida logo nos primeiros minutos. Liderada por jogadores que não necessitavam de ‘rebuçados’ para se mostrarem como, por exemplo, Zalazar, um dos indiscutíveis, que regressou após longa ausência por lesão. O uruguaio eleva o SC Braga para outro nível. Acrescentou o que vinha faltando aos minhotos nos últimos jogos. Qualidade na condução e uma dinâmica decisiva nas movimentações e equilíbrio defensivo. Foi sobretudo ele a fazer a diferença na primeira parte. Não só pelo golo - golpe de cabeça, após lance trabalhado, num canto apontado por Gharbi – mas também com sinal mais para El Ouazzani que atirou uma bola ao ferro (10’). Do lado da equipa de Sintra foi Pedro Jesus (25’) a obrigar Hornicek a defesa apertadíssima.

Gharbi e Zalazar construíram o primeiro folo da partida (LUSA)

Na segunda parte… olhando para os primeiros 10 minutos (de rotação bem mais elevada dos minhotos) seria difícil adivinhar o que viria acontecer. Carvalhal mexeu (entradas de Moutinho, Gabri Martínez e Roberto Fernández) e a equipa cresceu. Teve ocasiões para sentenciar a partida (com mais um bola no ferro, desta vez por Roberto Fernández, aos 52’), Guitane também esteve na cara de Fábio Duarte mas este brilhou (55’) e o 1.º Dezembro, sem nunca perder a sua organização coletiva, foi resistindo até ser… feliz, num golpe de cabeça de Gabriel Morais, também de canto, a dar (enorme) amargo de boca ao SC Braga.

Que sentiu o impacto de um empate e um espetro de surpresa. Que acabaria por não acontecer fruto da mestria (quem sabe nunca esquece…) de Moutinho, na marcação de um livre aos 90+6’. No último segundo dos descontos. Pena pesada para a equipa de Sintra que deu uma demonstração de qualidade, força e querer num jogo com forças desiguais. Palmas para o técnico João Nuno e, já agora, para os regressos de Zalazar e João Moutinho, as figuras do jogo, que prometem colocar a equipa minhota numa rota ascendente.